ATA DA QUADRAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 14-6-2007.

 


Aos quatorze dias do mês de junho do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 095/07 (Processo nº 2981/07). Também, foi apregoado o Ofício nº 531/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Legislativo nº 078/06 (Processo nº 1997/06). Ainda, foi apregoado Comunicado, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que, por meio da Resolução nº 22.550, de doze de junho do corrente, o Tribunal Superior Eleitoral homologou o pedido de alterações do registro do Partido da Frente Liberal, o qual passou a se denominar Democratas. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 3875, 8643, 12747, 14773, 14819 e 15661/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Trigésima Quinta, Trigésima Sexta, Trigésima Sétima e Trigésima Oitava Sessões Ordinárias e da Décima Primeira Sessão Solene. Após, por solicitação do Vereador Elói Guimarães, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Pedro Dauro de Lucena, ex-Presidente da Liga de Defesa Nacional, Seção de Porto Alegre, falecido no dia de ontem. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo a Senhora Presidenta informado que, durante esse período, seria realizada homenagem ao Bar e Restaurante Naval, do Mercado Público de Porto Alegre, pelo transcurso do centenário desse estabelecimento. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Senhor João Fernandes da Costa, proprietário do Bar e Restaurante Naval. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Bernardino Vendruscolo, leu texto do Vereador Haroldo de Souza, que não compareceu a esta Sessão por estar na Argentina, no qual são ressaltados momentos que marcaram a história do Bar e Restaurante Naval. Nesse sentido, destacou a importância desse estabelecimento como espaço de lazer, onde a gastronomia se mistura com o debate cultural e político de temas de interesse da população. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor João Fernandes da Costa, que, em nome do Bar e Restaurante Naval, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o transcurso dos cem anos da presença da Rede La Salle no Brasil, nos termos do Requerimento nº 049/07 (Processo nº 2510/07), de autoria do Vereador Professor Garcia. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Irmãos Marcos Antonio Corbellini, Jardelino Menegat e Paulo Fossatti, respectivamente Provincial, Diretor de Educação e Pastoral e Diretor Administrativo da Província Lassalista de Porto Alegre; o Irmão Ivan José Migliorini, Reitor do Centro Universitário La Salle; a Professora Vera Zanquet, representando o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor Garcia saudou o transcurso dos cem anos da presença dos educadores lassalistas no Brasil, lembrando que os princípios seguidos por essa rede de ensino são embasados nos ideais defendidos por São João Batista de La Salle, sacerdote francês que dedicou sua vida à criação de escolas voltadas ao atendimento de crianças carentes. Finalizando, registrou ter atuado durante muitos anos como professor do Colégio Nossa Senhora das Dores. O Vereador José Ismael Heinen discorreu sobre a figura de São João Batista de La Salle, afirmando que esse religioso foi um homem com uma visão progressista de vida, possuindo consciência do poder da educação como instrumento de liberdade e transformação social. Da mesma forma, declarou que a Rede La Salle no Brasil hoje é referência em qualidade e inovação pedagógica, promovendo atividades educativas que objetivam um desenvolvimento contínuo e integral do estudante. O Vereador João Carlos Nedel mencionou a fundação da primeira escola criada por São João Batista de La Salle, em mil seiscentos e setenta e nove, na França, abordando a atenção especial concedida por esse religioso à formação profissional, técnica e humana da comunidade docente. Ainda, ressaltou que atualmente a congregação lassalista possui seus estabelecimentos de ensino em mais de oitenta e cinco países e apresentou dados relativos à presença dessa instituição no Brasil. O Vereador Claudio Sebenelo, sublinhando a relação de sua família com o Colégio Nossa Senhora das Dores, destacou a relevância dada à formação dos estudantes das instituições de ensino mantidas pela Rede La Salle. Nesse sentido, destacou o sucesso atingido em diversas áreas profissionais por ex-alunos dos colégios lassalistas e ressaltou a importância da valorização da educação para o desenvolvimento do Brasil. O Vereador Elói Guimarães homenageou o centésimo aniversário da presença da Congregação Lassalista no Brasil, salientando que essa entidade desenvolve atividades educacionais em dezenas de países e em onze estados brasileiros. Sobre o tema, frisou que as escolas lassalistas incutem em seus alunos os princípios cristãos de comunhão e solidariedade, afirmando que essas qualidades acompanham os egressos dessas instituições ao longo de suas trajetórias profissionais. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Irmão Marcos Antonio Corbellini, que agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson, referindo-se a homicídios ocorridos recentemente em Porto Alegre, discorreu acerca dos índices de criminalidade atualmente constatados na Cidade. Em relação ao assunto, propugnou por maior rigor do Poder Judiciário na análise de pedidos de progressão para o regime semi-aberto ou concessão de liberdade condicional, asseverando que apenados nessas situações são responsáveis por parte considerável dos crimes cometidos. O Vereador Guilherme Barbosa, contraditando o pronunciamento do Vereador Ervino Besson, em Comunicações, argumentou que a adoção de penas severas, especialmente para adolescentes, pode acarretar o aumento da criminalidade no Estado. Além disso, formulou questionamentos em relação ao custo da transferência do monumento do Laçador para o local onde atualmente ele se encontra instalado, considerando elevado o valor pago pela execução desse empreendimento. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib pronunciou-se acerca do atual cenário político brasileiro, protestando contra o envolvimento de membros dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário Federais em casos de corrupção e desvio de recursos públicos. Ainda, defendeu a redução do número de Senadores e Deputados Federais e mostrou-se favorável à idéia de elaboração de uma nova Constituição Federal. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Newton Braga Rosa, Carlos Comassetto, Guilherme Barbosa e Márcio Bins Ely, os Projetos de Lei do Legislativo nos 085 e 083/07, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Guilherme Barbosa e Márcio Bins Ely, o Projeto de Resolução nº 013/07, discutido pelo Vereador Carlos Comassetto; em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 050/07; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 058/07, discutido pelo Vereador Márcio Bins Ely; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 041/07. Na ocasião, o Vereador Dr. Goulart manifestou-se acerca da legalidade do Projeto de Lei do Legislativo nº 083/07, que propõe seja denominado Vereador Isaac Ainhorn o Auditório da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre – OSPA. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen lembrou que a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF –, implementada para atender necessidades econômicas da saúde pública, não teve a sua arrecadação aplicada dessa forma, aludindo a atos públicos promovidos pelo Partido Democratas para recolher assinaturas em protesto contra essa medida. O Vereador Nilo Santos comparou as páginas da internet publicadas pelos Executivos Federal e Municipal, asseverando que ambas contêm fotografias dos seus respectivos mandatários e considerando injustos os rumores de que o Prefeito José Fogaça esteja utilizando esse meio de comunicação em benefício próprio. Além disso, referiu-se à mobilização do Partido Trabalhista Brasileiro, relativamente às próximas eleições municipais. O Vereador Adeli Sell esclareceu que as fotografias publicadas na página da internet do Governo Federal relacionam-se com atividades estritas à Presidência da República. Ainda, opinou que a construção do Centro Popular de Compras em Porto Alegre não deveria ter sido iniciada sem a elaboração de um estudo de Impacto de Vizinhança e apontou contradições entre as ações das Secretarias de Obras e Viação e do Meio Ambiente. Finalizando, ponderou que o Governo Estadual deve aumentar o volume de investimentos em segurança pública. A Vereadora Neuza Canabarro citou trechos de documento divulgado pelos funcionários da Fundação Cultural Piratini – Rádio e Televisão, alertando sobre a possível alteração do vínculo dessa emissora com o Estado. Também, avaliou que o Projeto de Lei do Legislativo nº 083/07, que denomina Auditório Vereador Isaac Ainhorn o Auditório da OSPA, não se enquadra nos parâmetros legais, defendendo, no entanto o Projeto de Lei nº 080/07, que denomina um logradouro público não-cadastrado com o nome desse político. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e cinqüenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 032/07, por dezesseis votos SIM e seis votos NÃO, em Votação Nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Claudio Sebenelo, Ervino Besson, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga e Wilton Araújo. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se a respeito do teor do Requerimento nº 032/07. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 045/07, o qual, após ser discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo, teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo. Às dezessete horas e vinte e um minutos, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e pelo Vereador Aldacir Oliboni e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Presidenta, está sendo velado, na capela da Casa, Pedro Dauro de Lucena, “Cidadão de Porto Alegre”. Solicito um minuto de silêncio.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Deferimos o pedido do Ver. Elói Guimarães.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Hoje, este período é destinado a homenagear o Bar e Restaurante Naval, do Mercado Público, pelos seus cem anos de história.

Convidamos a compor a Mesa o Sr. João Fernandes da Costa.

Os alunos da Escola La Salle, professores e diretores já estão aqui; a representante da Secretaria de Educação do Estado também já está aqui para a nossa próxima homenagem.

O Ver. Bernardino Vendruscolo falará em nome do proponente da homenagem, Ver. Haroldo de Souza, impossibilitado de chegar ao Brasil neste momento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; Sr. João Fernandes da Costa, aqui homenageado, proprietário do Bar e Restaurante Naval, no Mercado Público, filho do antigo proprietário, Antônio Siqueira Lopez Branco; prezados Vereadores, senhoras e senhores, a vida às vezes nos proporciona o inusitado, uma responsabilidade que, por mais esforço que façamos, não consiga atingir a expectativa, no caso, do proponente Ver. Haroldo de Souza. A pedido do nosso companheiro Haroldo de Souza, que está na Argentina e não conseguiu até o presente momento retornar, vamos fazer a leitura do que ele nos passou (Lê.): “Não estaremos exagerando em dizer que a história do Bar Naval se confunde com a de Porto Alegre. Há um século os seus donos, os seus clientes, os seus mais diversos freqüentadores acompanharam e fizeram a história desta Cidade. Freqüentado por marinheiros, estivadores, boêmios, o Naval passou a fazer parte da vida da Cidade a partir do dia 2 de maio de 1907. O primeiro proprietário era o italiano Ângelo Crivellaro. O cardápio em forma de poesia já indicava a tradição boêmia e poética do bar, que mais tarde se consolidaria com o garçom-poeta Paulo Naval, que hoje é gerente do Bar.

O Naval sobreviveu aos incêndios no Mercado Público e até à enchente de 1941, quando a água chegou até a Rua da Praia. Depois do italiano Ângelo Crivellaro, sucederam dois novos proprietários, até que, em 1953, veio o português Antônio Lopez Branco, que comandou o Naval até março de 1961, sendo lembrado como um ótimo gourmet e, é claro, um ótimo tirador de chope, rendendo congratulações dos alemães da época. Suas marcas ainda estão no Naval, uma delas é o tradicional molho de pimenta.

Nesse tempo todo, o mundo já havia passado por duas guerras mundiais e a Cidade já tinha duas grandes paixões: Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e o Sport Club Internacional. Mas também havia grandes clubes que fizeram história em Porto Alegre, que muito dividiram opiniões nas mesas do Naval nessa época: o Renner, o Força e Luz, o Zequinha, o Cruzeiro.

No início de janeiro de 1957, Darci de Souza de Oliveira, o Paulo Naval, inicia seus trabalhos no Naval, lá estando até hoje, com 50 anos de casa. Em abril de 1961, dois novos timoneiros assumem a navegação: João Fernandes da Costa e seu irmão Manoel da Costa, este último falecido em 1997. Seu João, nascido em Portugal, chegou ao Brasil em 1958, ano da primeira conquista da Copa do Mundo pelo Brasil, com 28 anos de idade.

Tendo o trabalho como o seu principal valor, seu João aqui construiu um grande time de amigos e respeito. Tocou o Naval para frente como um grande navegador, honrando a tradição portuguesa. Em 1979, um grande incêndio atinge o Mercado Público, destruindo 17 bancas, mas o Naval escapou ileso. Nesse mesmo ano, o Mercado Público Central foi tombado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico Cultural. Em 1990, inicia-se a reforma e a restauração do Mercado Público. Devemos registrar que o seu João fez questão de manter o máximo possível das características históricas do Naval, com aquela atmosfera de convívio e confraternização que fazem parte da nossa memória cultural. Freqüentado por políticos, artistas, intelectuais, empresários, profissionais liberais, clientes famosos e anônimos, o Naval não poderia deixar de receber nossa homenagem pela passagem dos seus cem anos. Um lugar que preserva a nossa história, um dos mais antigos bares da Cidade e que fica justamente em outro espaço amado por todos nós, o Mercado Público.

Queremos registrar também a chegada no Naval, em 1979, do garçom Mauro Bernardo dos Santos, que lá continua até hoje, portanto, com 28 anos de casa. Também não poderíamos esquecer do restante da equipe do Naval: as cozinheiras Jussara Silveira da Rosa, Ivete Almeida dos Santos e Maria dos Santos e do marujo Luciano Oliveira. Em 2005, o guerreiro João Fernandes da Costa passou a gerência do bar para Paulo Naval, o garçom-poeta, que viu algumas gerações passarem pelo Naval nesses seus 50 anos de casa.

Queremos parabenizar e cumprimentar o escritor e produtor cultural Emílio Chagas, que há anos pesquisa a história do Naval e que, junto com o jornalista Fabrício Scalco, prepara, para este ano, um livro histórico, com pesquisas, reportagens, entrevistas e fotografias sobre os cem anos do Bar. Estes dois profissionais também foram os responsáveis pela edição do Jornal dos Cem Anos do Bar Naval, uma prévia de como será o livro que preparam.”

Senhoras e senhores, quando me chegou essa missão, de repente, em razão da impossibilidade de o Ver. Haroldo de Souza retornar ao Brasil, como disse no início desta fala, levei um choque: o que vou falar? Mas, felizmente, o nosso querido Ver. Haroldo de Souza tinha deixado, ao lado de sua tradicional máquina de escrever, o seu pronunciamento. Por isso foi-me fácil pegar aquilo que, certamente, ele faria desta tribuna - e eu tentei fazer.

E não poderia deixar - Naval e tantos outros que estão nos assistindo - de dizer que quem deveria estar aqui nesta tribuna, não há dúvida, seria aquele entregador de lenha, nascido lá na cidade de Jacarezinho, no Paraná. É bom que vocês, jovens, ouçam isto; esse é o nosso querido Ver. Haroldo de Souza, aquele que tem nada menos, nada mais do que nove Copas do Mundo. Nós - orgulhosamente -, peemedebistas, esta Casa e Porto Alegre somos felizes por termos esse homem chamado Haroldo de Souza, esse homem ímpar, que nos orgulha, e ninguém melhor do que ele para ser o proponente desta homenagem ao Naval, porque só há um Naval: o Naval poeta.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, a Bancada do Partido Progressista, composta pelos Vereadores João Antonio Dib, Newton Braga Rosa e este Vereador, quer se associar a V. Exª e ao Ver. Haroldo de Souza nesta homenagem ao Bar Naval e seus administradores. Queremos cumprimentá-los pela grande oportunidade e parabenizá-los. Parabéns.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Bernardino, eu falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, aqui presente, composta pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Carlos Comassetto, Aldacir Oliboni e demais integrantes. Gostaria de dizer ao Ver. Haroldo de Souza, a V. Exª - que assumiu essa tarefa com muito gosto, com muita satisfação - que é muito importante que Porto Alegre preserve a sua história, a sua identidade, aquilo que há de melhor, como acontece com o Bar Naval, através do poeta, do garçom Paulo Naval, com tudo o que vem trazendo, um símbolo daquele espaço, como uma forma de reconhecimento e de valorização da nossa identidade cultural de Porto Alegre. Parabéns a V. Exª, parabéns ao Ver. Haroldo.

 

A Srª Neuza Canabarro: V. Exª Permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentar o Ver. Bernardino Vendruscolo e o Ver. Haroldo de Souza por esta homenagem e quero dizer que o Bar Naval, para nós, porto-alegrenses, é um ponto de referência que já consideramos aqui, como Vereadores, um patrimônio da Cidade. Parabéns.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero parabenizar o Ver. Haroldo, muito bem representado aqui pelo Ver. Bernardino, e dizer que esta homenagem é uma alegria, porque quem de nós já não passou, não sentou e comeu aquele feijão mexido maravilhoso, bateu longos papos lá - e eu tenho um primo que também é garçom há muitos anos -, e quem já não leu as poesias? Então, temos a nossa marca, e o Naval também é uma marca. Portanto, tem a nossa homenagem, o nosso carinho. Parabéns.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. Bernardino, em nome do nosso Partido, Partido Popular Socialista, em meu nome, da Verª Clênia Maranhão e do Ver. Elias Vidal, queremos saudá-lo - extensivo também ao Ver. Haroldo de Souza - e saudar o Bar Naval, porque ele é um dos grandes símbolos da Cidade. Cem anos são uma marca histórica de um lugar que tem toda uma simbologia junto ao próprio Mercado Público. Parabéns ao Bar Naval.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Permita-me, em nome dos Democratas, render as nossas homenagens a essa cultura centenária e dizer que é nosso desejo que ela não acabe, que a gente faça uma cultura diferente, não terminando com os bares da nossa Cidade, principalmente os bares que tantas histórias fizeram para nós. Parabéns, sucesso e longa saúde. Muito obrigado.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Falo em nome da Bancada do PMDB e me associo à homenagem ao Bar Naval, ao Ver. Bernardino e especialmente ao Ver. Haroldo de Souza, para dizer que a longevidade do Bar Naval já dá um exemplo para a Cidade de como é bom quando a gente tem um serviço qualificado e pessoas que, na realidade, sabem tocar uma empresa. O Bar Naval é exemplo, é onde as pessoas se encontram, conversam, relaxam, e gostamos muito desta homenagem. Associamos-nos ao Ver. Haroldo, e esperamos que, voltando da Argentina, ele novamente esteja lá como mais um dos assíduos freqüentadores do Bar Naval.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Essa cultura do Bar... um dia ainda algum sociólogo, algum poeta vai escrever sobre a importância disso para uma cidade, porque, casualmente, o Bar Naval se localiza num dos pontos mais espetaculares de todas as cidades, que é o Mercado Público. Ali ele fez tudo, através da sua família, e agora o senhor, como funcionário, continua uma das tradições mais caras e mais queridas da cidade de Porto Alegre. Por isso nós queremos deixar não só o nosso abraço ao Bernardino Vendruscolo, ao Vereador que está ponteando esta tão merecida homenagem, como deixar também o nosso elogio mais caloroso ao Ver. Haroldo de Souza, por uma iniciativa tão linda a algo tão nosso como o Bar Naval.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Naval, receba os cumprimentos desta Casa. Srª Presidenta, desculpe pela demora. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Sr. João Fernandes da Costa está com a palavra. Também o parabenizamos pelo seu aniversário de 79 anos no dia de amanhã.

 

O SR. JOÃO FERNANDES DA COSTA: Neste momento quero agradecer a todos pelas homenagens que fizeram à minha pessoa e ao Bar Naval, bar em que eu nada mais fiz do que preservar um pedacinho da história do Mercado Público, que esteve, por alguns tempos, ameaçado até de ser demolido. E eu tenho o prazer e a honra de preservar as minhas lojas intactas, pois, quando da reforma, nada foi mexido. Portanto, ele é um pedacinho de todo o Mercado, e conhece a história desde a fundação ou criação daquele local. Eu recebi, por algumas vezes, pressão ou ofertas para que eu o modificasse, durante o tempo em que eu o freqüento, mas eu nunca aceitei as ofertas que me foram feitas, porque, se eu tivesse aceitado as ofertas, o Naval não seria mais um pedaço histórico. Então, este é o prazer que eu tenho em apresentar para Porto Alegre o que eu preservei. Além de o Mercado Público ter sido preservado, hoje patrimônio histórico, as minhas lojas do Naval são um pedacinho que não foram mexidos, estão lá, fazem parte da história desde a fundação. Este é o prazer que tenho a oferecer para Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Parabenizando, mais uma vez, pelos cem anos de aniversário, a equipe do Bar Naval, nós damos por encerrado este momento de homenagem, agradecendo a presença de todos os senhores e senhoras. Suspendo a Sessão por um minuto para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às14h33min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 14h35min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª Presidenta, havendo uma homenagem aos cem anos dos lassalistas no Brasil, solicitaria a V. Exª que interrompesse, neste momento, o Grande Expediente e passasse ao período de Comunicações, depois voltando ao Grande Expediente.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. João Antonio Dib, pela sensibilidade. A sua sugestão será imediatamente acatada pela Mesa.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso dos cem anos da presença da Rede La Salle no Brasil.

Convidamos para compor a Mesa o Irmão Marcos Antonio Corbellini, Provincial da Província Lassalista de Porto Alegre; Irmão Ivan José Migliorini, Magnífico Reitor do Centro Universitário La Salle; Professora Vera Zanquet, representante do Governo do Estado do Rio Grande do Sul; Irmão Jardelino Menegat, Diretor Administrativo da Província Lassalista de Porto Alegre; Irmão Paulo Fossatti, Diretor da Educação e Pastoral da Província Lassalista de Porto Alegre. Saudamos os demais Irmãos da Província Lassalista, professores, professoras, alunos, alunas, funcionários da Rede La Salle do Brasil; saudamos as demais autoridades que ao longo desta homenagem nós estaremos nominando.

O Ver. Professor Garcia, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero fazer uma saudação ao Irmão Hilário, Vice-Diretor do La Salle São João; Professora Vera Hingel, do La Salle São João; Heloisa de Ávila, Diretora do La Salle Carazinho; Júlio Corbelini, Gerente da Incubadora Tecnológica Centro Universitário Canoas; Irmão Raymundo, da Casa de Formação; Irmão Alvimar, La Salle de Canoas; Professor Omero, La Salle Santo Antonio; Irmão Olavo, La Salle Dores; Irmão Valério, La Salle Pão dos Pobres, que neste ano receberá, nesta Casa, o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre; ao Diretório Municipal do PPS; Milton Radaelli, Secretário Municipal de Planejamento, Indústria e Comércio do Município de Estrela e Presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio São João, representando o Prefeito de Estrela, Celso Brönstrup. Saúdo também os alunos do Pão dos Pobres, aqui presentes, os demais professores, Irmãos, funcionários e alunos da rede Lassalista.

A proposta educativa da rede La Salle é baseada nos princípios de São João Batista de La Salle, sacerdote francês - viveu de 1651 a 1719 - que, renunciando a todos os privilégios de sua condição de nobre, dedicou-se à criação de escolas para crianças das classes menos favorecidas. Sua primeira instituição foi fundada em 1679. Da França, a atuação dos Irmãos lassalistas, como são conhecidos no Brasil, espalhou-se pelo mundo. Atualmente, estão em 80 países, que contam com mais de seis mil Irmãos, 55 mil educadores, 1.500 comunidades educativas que atingem mais de 1 milhão de crianças, jovens e adultos.

Em 1907, 12 Irmãos lassalistas chegaram a Porto Alegre, vindos da Europa, e as primeiras escolas inauguradas no Rio Grande do Sul foram duas unidades na Grande Porto Alegre. Com o passar dos anos, a rede se expandiu e hoje está presente em 11 Estados brasileiros. Só no Rio Grande do Sul são mais de 12 escolas.

Prezado Irmão Marcos Corbellini, quero dizer da minha alegria, nesta tarde, em que a Cidade de Porto Alegre homenageia os cem anos da presença lassalista no Brasil. E sempre digo que sou eternamente grato à Congregação, aos Irmãos lassalistas. Os senhores ajudaram muito na minha formação pessoal e profissional. Sempre digo que os meus três filhos estudaram em escola lassalista, dois no Colégio das Dores e um no Santo Antônio, e confesso que se eu não fosse professor da Escola, eu não teria condições de ter os meus três filhos atuando, como alunos, naquela Escola. Tive a oportunidade de trabalhar de 1977 até 1996, quando fui eleito Vereador. E os senhores, na Escola das Dores, fizeram uma homenagem que até hoje me grava muito: denominaram a sala em que trabalhei, durante muitos anos, de Sala Professor Garcia. E como leigo, dentro de uma escola confessional, isso é muito gratificante e, ao mesmo tempo, eu sei do aumento da minha responsabilidade.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Professor Garcia, eu quero cumprimentá-lo pela lembrança de homenagear os cem anos dos lassalistas no Brasil. Eu, por seis anos, fui aluno do Ginásio do Carmo e guardo preciosas lembranças, e muitas das minhas ações são frutos daquilo que eu aprendi lá. Lembro-me de algumas figuras extraordinárias como o Irmão Augusto, o Irmão Gabriel, o Irmão Armando que foi o mais estimado por todos nós, e também o querido Irmão Arnaldo que hoje ainda está lá no Pão dos Pobres.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. João Antonio Dib.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Ex ª permite um aparte?

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Verª Maristela Maffei, concedo-lhe um aparte, V. Exª que também foi lassalista, aliás, quem foi lassalista, sempre é lassalista.

 

A Srª Maristela Maffei: Ver. Professor Garcia, eu quero cumprimentá-lo, bem como toda a representação dessa irmandade lassalista, e quero dizer que, com muito orgulho, o primeiro Colégio que eu freqüentei, depois de ter vindo do Interior do Estado e morar em Porto Alegre, foi o Colégio Santo Antonio. Recordava, há pouco, lembranças do Professor Diniz que era o Coordenador e que o chamávamos de “queixinho”; e o Professor Jacó que, se alguma coisa eu aprendi em matemática, devo muito a ele. Mas também a relação e a identidade de filosofia cristã, católica, que ajudou muito a reforçar os valores dessa grande arena que é vir do Interior e morar numa Cidade grande. Parabéns, tem aqui o nosso apreço e o nosso carinho.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereadora. Também irão se manifestar o Ver. Claudio Sebenelo, ex-aluno das Dores; o Ver. Almerindo Filho, ex-aluno do La Salle Canoas. Tenho certeza de que a educação religiosa dos Irmãos é algo perene. Portanto, mais uma vez, gostaria de agradecer a oportunidade que vocês têm dado, ao longo desses cem anos, para a construção de um mundo melhor, um mundo mais fraterno. E eu sei que, por muitos e muitos séculos, essa congregação ainda vai viver por uma formação plena e consciente da população não só do nosso País, mas de um mundo melhor. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, mui digna Verª Maria Celeste. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Sinto-me muito à vontade, pois tive o privilégio de ter um filho que estudou em uma escola lassalista, e de ser vizinho, por muito tempo, do La Salle Santo Antônio, quando, no Geraldo Santana, fui Presidente por nove anos, ocasião em que convivemos. É com muita satisfação que me pronuncio, nesta tribuna, para homenagear a Rede La Salle no Brasil que completou cem anos a serviço da educação deste País. Não há como homenagear essa nobre Congregação sem reverenciar seu Fundador - como aqui já foi questionado -, São João Batista de La Salle, que foi canonizado pelo Papa Leão XIII, em 1900. Homem de visão muito além de seu tempo, com certeza, há 300 anos já acreditava que só a educação liberta. Lutava pelos direitos de igualdade de todas as classes sociais, defendendo a obrigatoriedade, a gratuidade universal do ensino para os menos favorecidos. Foi um grande defensor da classe do magistério, incentivando o seu preparo intelectual, técnico e espiritual. Criou a escola Normal, investindo no caráter profissional do professor. Deixou um importante legado pedagógico, que até hoje norteia e inspira a educação lassalista.

Faz um século que esses religiosos provenientes do Velho Mundo desembarcaram no Brasil para disseminar seus princípios educacionais cristãos lassalistas com a missão de promover o desenvolvimento integral da pessoa e a transformação da sociedade através da educação humana e cristã, solidária e participativa.

Sempre fiel aos ensinamentos de La Salle, essa Congregação tornou-se referência em inovação pedagógica, em atendimento educativo a pobres e em pastorais da juventude estudantil. Suas escolas e obras espalham-se pelos quatro cantos do País.

Parêntese: como eu disse, tive o privilégio de, no momento certo, na hora certa, poder pegar o meu filho de um educandário público e ter a felicidade de tê-lo guindado a uma escola lassalista. Hoje, brilha na SPM. Com certeza, se não fosse essa maravilhosa oportunidade, o meu filho não estaria dando as alegrias que está dando à sua mãe e ao seu pai.

Somente quando a educação - acreditamos nós - no Brasil tornar-se prioridade na ação e não somente nos discursos eleitorais, teremos concretizado o legado de La Salle à humanidade: “Só a Educação liberta”.

É necessária a conscientização de nossos governantes de que a educação nunca será despesa; sempre será investimento com retorno garantido, pois somente educando nossas crianças e jovens não será necessário punir os adultos de amanhã.

Concluindo, afirmo emocionado que, aqui ao lado, estamos nos despedindo de um irmão, cidadão benemérito.

Quero parabenizar os Irmãos lassalistas por essa nobre missão de ensinar, afirmando que a Nação próspera, democrática e justa é formada por gente capaz de elaborar o seu próprio pensamento, livre de tendencionismos, atributo que só será conquistado com uma educação igualitária e de qualidade, que atinja toda população brasileira, indistintamente. Os senhores têm essa nobre missão, e eu acredito que irão realizá-la.

Que Deus os abençoe! Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estamos, hoje, por obra do ilustre Ver. Professor Garcia, a quem, efusivamente, saúdo e cumprimento pela iniciativa, homenageando os cem anos da presença da rede La Salle no Brasil, cuja história, no mundo, tem quase 400 anos. E essa história teve o seu início em 1679, quando São João Batista de La Salle criou a primeira escola na paróquia de São Maurício, em Reims, na França.

A partir daí, La Salle fundou a congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e, entusiasmado, transcendeu o conceito das escolas de então, que eram do tipo assistencial, para os pobres, partindo para a formação dos dirigentes e orientando-as para a formação técnico-profissional e a formação de professores. Hoje, a Congregação lassalista está presente em mais de 85 países, nos cinco continentes.

Mas, em 1907, foi Porto Alegre a cidade escolhida para o início da obra lassalista no Brasil, onde hoje temos a graça de contar com a Escola La Salle Esmeralda, o Colégio La Salle Dores, o Colégio La Salle Santo Antônio, o Pão dos Pobres de Santo Antônio e o Colégio La Salle São João.

Há cem anos no Brasil, tem atuação em cinco regiões geográficas, Irmãos, religiosos consagrados a Deus para trabalhar no meio da educação e que atuam em escolas, universidades e outros meios estudantis, com os mais variados tipos de trabalhos: são professores, catequistas, assessores de grupos de jovens, enfim, trabalhando no meio educativo das escolas. Sua ação atinge mais de 50 mil pessoas, através das Comunidades Educativas, onde atuam cerca de 2.500 educadores.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada. Eu quero cumprimentá-lo pela sua manifestação e estender esta homenagem em nome de toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores aqui presente, por tudo de bom que o Grupo La Salle já fez, nesses cem anos, e que continuará fazendo pela cidade de Porto Alegre nas áreas da educação, cultura e arte. Muito obrigada.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Vereadora. Os Irmãos lassalistas são homens firmes na fé, que levam o Evangelho ao mundo através da educação, pois esse é o ideal de vida deles. E suas escolas são o resultado da vida consagrada a Jesus Cristo e à sua causa. Nascem com referência explícita a Jesus Cristo e, portanto, como serviço ao ser humano, por causa Dele. Através da educação, e visto sob o prisma cristão, esses homens consagrados, em suas escolas, têm como finalidade contribuir para um mundo novo e melhor, segundo Jesus Cristo. Daí que a dimensão cristã não é um acréscimo, mas uma impregnação medular que está no início, no meio, e no fim de tudo.

Em nome da Bancada do Partido Progressista, nesta Casa, que tenho a honra de integrar, juntamente com os honrados Vers. João Antonio Dib e Newton Braga Rosa, e também em nome da nossa Presidenta, Verª Maria Celeste, que me cedeu o tempo, e também em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, e também como ex-aluno do Colégio Sagrada Família em Cerro Largo, dos Irmãos Benjamim e Gabriel, que me alfabetizaram, cumprimento a rede La Salle pelos seus cem anos de exitosa atividade no Brasil, rogando a Deus que estenda a sua atividade em nossa terra, pelos séculos à frente.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apesar de o tempo já ter acabado, permita-me falar, Srª Presidenta, porque eu quero parabenizar o Ver. Professor Garcia por essa brilhante iniciativa, bem como quero agradecer pelo aparte. Eu falo em nome da minha Bancada, o PDT, porque o Partido tem uma história muito marcante, muito viva, na área da educação. E eu quero homenagear e parabenizar o segmento La Salle pelo seu centenário, porque vocês têm uma educação voltada aos nossos jovens neste País. Que Deus abençoe a caminhada de vocês, que vocês continuem com esse belíssimo trabalho, o qual, sem dúvida nenhuma, é um orgulho para o nosso País. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Ervino Besson.

Por isso, Srª Presidenta, é o povo de Porto Alegre, através de seus representantes nesta Casa, que agradece a Deus por lhe ter dado a graça de contar, há um século, com o trabalho cristão dos lassalistas, que tão bem têm ajudado a formar várias gerações, parte das quais estão aqui presentes, com o trabalho cristão voltado para a cidadania e para o bem comum. Que Deus continue abençoando a cada um dos Irmãos lassalistas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maristela Meneghetti.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer aos senhores, Professora Vera Zanchet, que eu me criei – no Primário, Ginásio e Científico - no Colégio das Dores, eu, a minha família, os meus pais, meus tios, um tio, que é padre em São Paulo, todos nós fizemos a nossa formação no Colégio Nossa Srª das Dores, na rua Riachuelo, no inesquecível nº 800. E lá, eu aprendi Francês, nas quatro séries ginasiais e nos três anos de curso Científico, com meu querido amigo Irmão Florêncio. O Irmão Eugênio, quando eu cheguei ao Colégio, era o Diretor, e durante muito tempo ele construiu um colégio maravilhoso. O Irmão Gregório era o professor de Inglês; o Irmão Gabriel, vulgo Pingüim, inesquecível, era o nosso professor de Biologia, depois foi Diretor; o Irmão Adelmo, mais do que um Irmão lassalista, um irmão querido e amigo; o Irmão Edésio era o professor de Química e, depois, ele deixou a Irmandade da Congregação Lassalista. E havia os professores que não eram Irmãos lassalistas, eram contratados, mas tinham o espírito lassalista. Os professores eram ‘apenas’ esses: Prof. Sérgio Gomes, Reitor da Unisinos, já falecido; Prof. Valter Spalding, um dos maiores historiadores do Rio Grande do Sul, escritor da melhor qualidade, pesquisador, um acadêmico que hoje integraria qualquer Academia de Letras do Estado; e o Prof. Ari Carlos Nunes Tietbohl, de uma família famosa, que lecionava Física e Eletricidade. Eu digo para vocês que a grande maioria dos alunos da minha turma, minha cara Verª Margarete Moraes - tão voltada para essa questão da Educação e da Cultura, que foi Secretária de Cultura de Porto Alegre -, até hoje, quando se reúne, anualmente, canta o hino do Colégio das Dores. Nós tivemos uma tal formação, Verª Maristela, pasme, que nós fomos todos direto do curso Científico para a Faculdade de Medicina. O grande comunicador Sérgio Schiller foi aluno no Primário, Ginásio e Científico, se formou no Colégio das Dores; nesta semana, jantamos juntos e falamos das Dores, dos velhos tempos, dos hinos e do astral maravilhoso da época.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sim, Verª Maristela Maffei, com todo o carinho.

 

A Srª Maristela Maffei: Vereador, sei que estou falando pela segunda vez, mas eu tinha que me penitenciar, porque cometi uma gafe, até por se tratar da questão da nossa querida Lomba do Pinheiro, da Esmeralda, da Agronomia, aqui não poderia deixar de me referir ao querido Irmão Alvimar, que agora está lá em Canoas, que iniciou aquele trabalho maravilhoso; e hoje está lá o Irmão João e todas aquelas pessoas fantásticas que fazem um trabalho sensacional na nossa região. Eu não podia deixar de voltar, eu quero agradecer pela tolerância, Srª Presidenta, por este aparte anti-regimental e agradecer a V. Exª também, Vereador, muito obrigada.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Com imenso prazer, Vereadora.

Quero contar que Porto Alegre não tinha só o Colégio Nossa Senhora das Dores; já tinha o São João, essa idéia lassalista já estava se espalhando pela Cidade, na Rua São Luiz, na lomba do Partenon, nós tínhamos um colégio lassalista e no Pão dos Pobres outro colégio lassalista, no qual o ensino já era profissionalizante, de onde conhecemos inúmeras pessoas, que saíram de lá para a vida civil, que eram fantásticos artesãos, formados pelo Pão dos Pobres, e depois, inclusive, políticos que saíram de lá, que tiveram uma formação magnífica, maravilhosa, porque a inspiração, Professor e Vereador Newton Braga Rosa, era de São João Batista de La Salle - que foi, na Europa, na França, o primeiro a formar um método de ensino não-individual, o ensino coletivo, limitando isso para que as pessoas fossem ensinadas, mas que não houvesse um excesso de alunos. Então, eram turmas pequenas, nas quais, pela primeira vez, ele experimentou o método e fez sucesso no mundo inteiro. Dali em diante, hoje é o santo padroeiro São João Batista de La Salle, ele fez uma obra monumental no mundo inteiro e, principalmente, no coração de cada um de nós.

 

O Sr. Newton Braga Rosa: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Ouço o Ver. Newton Braga Rosa, com muito prazer.

 

O Sr. Newton Braga Rosa: Obrigado pelo aparte. Como professor universitário há quase 40 anos, eu gostaria de fazer um registro: é o olhar para o futuro que eu vi dentro da Unilasalle. Eu tenho me encontrado com o Irmão Ivan, nas formaturas, onde eu tenho tido a oportunidade de entregar o prêmio Destaque Universitário do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio Grande do Sul aos alunos melhor classificados, mas somente naqueles cursos que têm uma qualidade consagrada pelo nosso mercado. São cursos que eu acho que vale a pena registrar: Sistemas de Informação e Ciência da Computação.

E, nesse contexto de desemprego que se vive no Brasil, é importante lembrar que hoje existe um déficit de duas mil vagas na área de informática. E a La Salle, através de seus cursos e da qualidade do elemento formado, tem contribuído decisivamente para o progresso da Informática aqui no Estado. Assim como eu, a La Salle também acredita que a tecnologia é um fator de crescimento e desenvolvimento sustentado.

Muito obrigado pelo aparte, Dr. Sebenelo.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito obrigado, Professor Newton Rosa.

Eu quero encerrar dizendo que peço perdão pelas reminiscências, pelo tempo que já se vai longe, mas que foi para mim uma marca indelével. Muito mais do que num processo de educação, muito mais do que num progresso de um País que depende diretamente da Educação, o La Salle marcou, em cada aluno, não só a formação, o acúmulo de conhecimento - a única forma de liberdade do indivíduo num País que elogia a ignorância -, o conhecimento é a única forma de libertação, e é isso que nós bradamos diariamente, especialmente quando se fala desse fenômeno maravilhoso que é o acúmulo desse conhecimento, mas há um fenômeno muito maior e muito mais bonito, que é quando a gente fala com o coração.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Luiza.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu falo aqui por cessão da Verª Maria Luiza e também em nome da Bancada integrada pelos Vereadores Dr. Goulart, Nilo Santos e Alceu Brasinha, para dizer que é um momento extremamente importante, este, em que a Casa, à mercê da iniciativa do Ver. Professor Garcia, oportuniza nesta tarde de intempérie uma reflexão sobre o papel desempenhado, e que ainda desempenha, a Irmandade Lassalista, quando esta completa um século de fecundas atividades no campo do conhecimento, no campo da educação, formando homens e mulheres na construção da educação. Tenho uma pequena experiência lassalista no campo discente, porque tive a oportunidade, num determinado período, de estudar numa escola lassalista, a São João Batista, na Zona Norte da cidade de Porto Alegre, e pude buscar toda uma filosofia, toda uma pedagogia que tem a instituição. E vejam, Instituição que está em 80 países, em 11 Estados brasileiros, e tem sob a sua responsabilidade um milhão de alunos. E se nós lançarmos os nossos olhares ao passado, haveremos de dizer que gerações e gerações passaram pelos bancos da Instituição. Diria que milhões passaram pelos bancos das Escolas lassalistas, recebendo, exatamente, esta instrução formada de princípios imorredores e universais da solidariedade, espírito de irmandade, de fraternidade. As Escolas lassalistas, a par da sua pedagogia, buscando o desenvolvimento, carregam no seu bojo, exatamente, esse espírito cristão de comunhão, de solidariedade, enfim, que são valores que a Escola lassalista transmite às pessoas, aos alunos, e que a gente carrega, diríamos assim, pelo resto da vida. Porque exatamente naquele momento, naquela faixa etária da vida começa a se desenhar o caráter, a educação do ser humano. A Escola lassalista tem como finalidade o desenvolvimento do ser humano, da técnica do saber, mas em especial do caráter e da dignidade do ser humano.

Portanto, recebam, nossos Irmãos, dirigentes desta secular Instituição, a saudação da Casa, a saudação do resto da cidade de Porto Alegre. É a cidade de Porto Alegre que quer agradecer o muito que vem fazendo a Escola lassalista para o desenvolvimento da educação do nosso Estado, do nosso País, e na construção do homem e da mulher. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Sr. Marcos Antonio Corbellini está com a palavra.

 

O SR. MARCOS ANTONIO CORBELLINI: Exma Srª Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu começo dizendo que me dei conta de uma feliz coincidência que a história, às vezes, nos oferece. A feliz coincidência é esta Casa prestar, no mesmo dia, a homenagem a duas instituições que iniciaram no coração de Porto Alegre, quando Porto Alegre despertava para o século XX, e muito próximas, atendendo a duas dimensões da vida humana que são fundamentais: lazer e alimentação, cultura e conhecimento. E as duas perduram, as duas continuam prestando esses dois serviços, e a Câmara Municipal foi feliz, não sei se foi intencional, quanto à sua lista de homenagem. Eu fico imaginando que os Irmãos, os primeiros que chegaram a Porto Alegre, que moravam na Rua Riachuelo, e como foi lembrado - aliás, os Vereadores que aqui falaram, conhecem no mínimo tanto a história lassalista como eu; sinto-me feliz e orgulhoso com isso -, mas estes Irmãos, seguramente, freqüentavam o Mercado para fazer compras; alguns talvez tenham dado uma escapada no bar dos arredores para tomar um vinhozinho especial. Dali eles saíam e apanhavam o bonde, quando passou a existir o bonde, para irem à Escola São João, no 4º Distrito, no bairro Partenon; à Escola Santo Antônio, que começou a partir das Dores. Ali perto pegaram o barco que os levou a Caxias, onde iniciaram o Carmo. E dali, do Centro de Porto Alegre, utilizaram-se de outros meios de locomoção, o que fez com que os Irmãos fossem para o resto do Brasil. Hoje estamos em 11 Estados, prestando esse serviço de educação às crianças, aos jovens, e aos adultos que nos procuram.

Eu saúdo, de maneira muito especial, o Professor Carlos Garcia, assim como os demais colegas com os quais tivemos contato, para dizer-lhes obrigado pela homenagem e, com muita segurança, que, se alguma coisa os lassalistas lhes deram, vocês, certamente, deram em troca tanto quanto, porque a experiência de vocês também nos ajudou a crescer como instituição.

Ao saudar, então, o Professor Garcia e os demais membros da sua Bancada, saúdo outros Vereadores que têm esta perspectiva, de homenagear esse tipo de Instituição, a nossa, que foi homenageada antes, porque assim é valorizado aquilo que é bom numa Cidade, aquilo que faz parte da história de uma Cidade, aquilo que faz parte da cultura e que deve ser preservado. Algo que todos temos em comum é a busca de preservar o que é bom na nossa história, na nossa Cidade, para que possamos ter continuidade.

Ao fazer este agradecimento, Verª Maria Celeste, Presidente desta Casa, eu o faço em nome dos demais Irmãos que comigo dirigem a entidade, aqui na Mesa; os diretores e diretoras, que estão aqui presentes; os professores e professoras, que vieram prestigiar esta Casa, nesta homenagem, e, através deles, quem eles estão representando, mais de 2.000 educadores espalhados por este Brasil - sem falar no mundo; estamos falando do Brasil - e, de maneira especial, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, as crianças que ali estão (Mostra as crianças.), alunos do Pão dos Pobres, que representam não só a totalidade dos 50 mil alunos que atendemos no Brasil, a partir de Porto Alegre, mas sobretudo porque, desses 50 mil, mais de um terço são alunos carentes, com alguma necessidade, a quem a gente, com muito esforço, mas com dedicação no coração e sempre com o apoio do Poder Público, procuramos atender e dar educação. Essa tem que ser e vai sempre ser a nossa marca, a nossa perspectiva: o que nós chamamos “serviço educativo aos pobres”. Os lassalistas fazem isso, Srª Vereadora.

Queremos continuar contando sempre com a colaboração e o apoio do Poder Público e de outras entidades. Mais uma vez muito obrigado, senhoras e senhores, por esta homenagem, e, se não for quebrar o protocolo, Presidenta, vou pedir aos lassalistas que aqui estão um aplauso aos Vereadores e Vereadoras, que nos acolheram nesta Casa hoje. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Irmão Marcos Antônio, esta Casa sente-se honrada em poder lembrar, através da iniciativa do Ver. Professor Garcia, os cem anos de história da rede La Salle no Brasil, e nós é que agradecemos a presença dos senhores, porque a história de cem anos tanto do Bar Naval, quanto da Rede La Salle no Brasil, a que o senhor fez referência, de fato se confunde com a história da cidade de Porto Alegre, que é a história do Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigada pela presença dos senhores, e levem também o nosso abraço a todos os demais funcionários, professores, trabalhadores, alunos da instituição.

Damos por encerrado este momento de homenagem.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h25min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h30min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Márcio Bins Ely.

 

O SR. ERVINO BESSON: Minha cara Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores que nos honram com as suas presenças nas galerias e que nos assistem pelo Canal 16 da TVCâmara, queria saudar a todos. Mais uma vez eu vou abordar um assunto, nesta tribuna, e não gostaria de fazê-lo, mas, pela responsabilidade que nós temos com esta Cidade, com este povo, eu vou abordar um assunto que me revolta, não só a mim, mas a maioria da população da nossa Porto Alegre, porque não dizer do nosso Brasil, do nosso Estado, sobre tudo o que anda acontecendo na nossa Segurança.

Na semana passada, eu estive em um velório, que já foi comentado aqui desta tribuna por alguns Vereadores, pelo meu querido colega Vereador-Médico, Dr. Goulart, porque também exerceu a profissão de médico naquela comunidade de Belém Novo e conhecia o trabalho da enfermeira Valéria. A Valéria era minha vizinha, uma extraordinária profissional, uma mulher que estava aí para salvar vidas. Mas o que mais me revolta, meus caros colegas Vereadores e as pessoas que nos assistem pelo Canal 16, que eu disse no início do meu pronunciamento, que não gostaria de fazer, mas sou obrigado, porque eu tenho denunciado, sempre que posso, nesta tribuna, que os crimes mais bárbaros que acontecem nesta Cidade são feitos por pessoas que estão em regime semi-aberto ou em liberdade condicional. Estava me dizendo, é verdade, o meu querido colega Ver. Dr. Goulart. “E isso nos revolta”, disse o filho dessa extraordinária profissional – que Deus a tenha lá no céu: A gente prende, amanhã o bandido está solto. É assim que acontece! A polícia prende, policiais, muitas vezes, são mortos exercendo suas funções, arriscando suas vidas, prendem o bandido, que fica alguns dias preso, depois o colocam em liberdade no regime semi-aberto e em liberdade condicional, e depois estão aí matando gente. Um dia alguém vai ter de responder por isso! Não sei quando, mas um dia alguém vai responder por esses crimes bárbaros que estão acontecendo nesta nossa Cidade, neste nosso País.

E, hoje, o que mais me revolta é a morte de um Sargento da Brigada Militar, um PM. Quem o matou?! Meu caro Ver. Sebenelo, são pessoas que deveriam estar na cadeia, deveriam estar na cadeia! Estão soltos! Não é revoltante, meus caros colegas Vereadores? Eles saem do regime semi-aberto e matam as pessoas! E sabem por que descobriram?! Porque esse bandido, esse Guaraci, esse Ademir, eles foram baleados, porque, caso contrário, ninguém saberia! Com a liberdade do semi-aberto, vão dormir na cadeia, e a polícia vai atrás! Quem matou? Talvez nem descubram mais, como tantos crimes que acontecem e só aí que os bandidos são descobertos, por quê? Porque são pessoas em liberdade do semi-aberto, de dia saem matando, roubando; de noite, dormem no presídio e fica por isso. E foram descobertos, porque foram baleados, caso contrário talvez não fossem descobertos.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meus parabéns pelo assunto que V. Exª levanta. A questão da Lei brasileira faz com que qualquer pessoa que cometa qualquer ilícito penal tenha o direito - desde que não seja um crime inafiançável - de responder em liberdade, inclusive em crimes contra a vida, se tiver domicílio conhecido, se não oferecer perigo. Então, o que acontece? Eles são obrigados, pela Lei, a libertarem em 30 dias; isso é da Lei brasileira. Então, a questão não é de segurança; a questão é de Direito, é do Estado de Direito brasileiro que precisa rever essas situações que V. Exª levanta com muita propriedade.

 

O SR. ERVINO BESSON: Agradeço a V. Exª, Ver. Sebenelo, vamos gritar, vamos falar, quem sabe mudam as leis? Então vamos mudar as leis. Será que essas pessoas têm condições de ser colocadas em liberdade condicional, em regime semi-aberto? Será que não bate na consciência dessas pessoas, quando vêem um crime bárbaro desses, como o que matou uma enfermeira que salva vidas, uma pessoa preparada para salvar vidas, como esses que mataram esse Sargento? Será que eles não têm consciência, essa gente, as pessoas que colocam... O Juiz, sei lá quem foi, e nem quero saber... e botam essa gente em liberdade condicional, em regime semi-aberto, e que saem dali e matam como matam um bicho. Agora saem, vão dormir no presídio, e pronto, não aconteceu nada com eles. Ora, minha gente; um dia, talvez, alguém vai pagar por isso; não sei quem, mas talvez um dia nós tenhamos um poderoso, lá em cima, que coloque o dedo na consciência dessas pessoas, e a consciência tarda, mas ela vem, e quando vem, ela dói muito na alma das pessoas. Obrigado, Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Ervino Besson.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, com esse tema trazido pelo Ver. Besson eu sou sempre muito cauteloso, porque hoje mesmo os jornais trazem a notícia de um garoto que foi flagrado fazendo pichação, foi levado para o Presídio Central, porque não tinha 100 reais, ou 200 reais para pagar a fiança; um garoto pobre, da periferia, mas que estuda. Olhem para onde esse garoto foi levado, pelo bárbaro crime da pichação! Então, quando a gente começa um processo mais duro, de penas maiores, já há gente, infelizmente, como o Presidente do Tribunal de Justiça defendendo a pena de morte e a redução da idade penal não para 16 anos, mas já propõe 14; é um retrocesso político bárbaro. Então, nessa questão, temos que ir com muita calma, Vereador, e fazer uma avaliação maior, porque senão nós vamos chegar a este ponto: um garoto, que foi flagrado pichando, foi levado para o Presídio Central. O que vai acontecer com esse garoto? Que escola ele vai ter no Presídio Central? Então “devagar com andor”. Eu acho que precisa ter mais seriedade, política de presídio, sim, mas também todos sabemos que é preciso ter mais emprego, ter mais desenvolvimento no País, enfim. Acho que começamos a ter agora, mas precisamos muito mais, e não é só mais dura, mais dura, mais dura, porque isto, de fato, não resolve.

Mas eu vim à tribuna com um outro tema que há muito tempo me chamava atenção desde que voltei a esta Casa; diz respeito à transferência da estátua do Laçador - Ver. João Dib, que, como eu, é Engenheiro -, e que precisava ser feita em virtude da construção do Viaduto Leonel Brizola, sobre a Av. Farrapos, sobre o final da Estação Trensurb ali naquela posição, que vai seguir pelo alargamento da Av. Dona Teodora, e as notícias sempre diziam que é um custo estimado em um milhão de reais. Puxa! E eu, como Engenheiro, conheço um pouco de obras, fui recentemente Secretário de Obras do Município, verifiquei que um milhão de reais, para este deslocamento - Ver. Bernardino, que me escuta -, é muito dinheiro. Mas eu gosto sempre de expressar as coisas aqui nesta tribuna, porque assim aprendi, e para um agente público, o seu maior patrimônio é a credibilidade; então temos de falar coisas com bases reais. O noticiário - tenho aqui o Diário Oficial em matérias da página da Prefeitura - sempre dizia que o valor estimado era em um milhão e que algumas empresas iriam colaborar. Ora, as empresas vão colaborar em um milhão de reais? É muito dinheiro para estar colaborando com um milhão de reais. Fiz então um Pedido de Informações à Prefeitura, e foi-me respondido com um documento assinado pelo engenheiro, não sei se é engenheiro, mas é o Gerente do PIEC, o Programa Integrado da Entrada da Cidade, o Sr. Renê Machado de Souza, que anexa os documentos. Foi realizado um termo de compromisso entre a Prefeitura de Porto Alegre e o consórcio que constrói os Viadutos. Até aí há uma certa lógica, interessante. Bom, e aí está anexado o Orçamento da Obra, Ver. Dib. Sabe quanto custou? O que me parece um valor bem razoável - estive lá no local, olhando, fotografei -, custou, e aqui está no Orçamento, 321 mil reais. Eu acho que o valor está adequado, tem um pouco de drenagem, pavimentação, foi criado um morro, o deslocamento da própria estátua. Bom, mas e o restante para um milhão de reais? Todas as matérias da Prefeitura, está aqui no Diário Oficial do Município, citam o custo estimado em um milhão de reais. V. Exª, que é engenheiro com eu, sabe que ninguém faz uma obra sem ter o orçamento, e havia orçamento. Com a responsabilidade do mandato aqui nesta nossa Cidade, quero que respondam: o que é que faz - se a obra custa 321 mil reais - com que seja anunciado como estimado em um milhão e que haveria contribuição de empresas para este deslocamento? Quero dizer que fico muito desconfiado com isto, fico, sim, muito desconfiado, porque foi dito e repetido: custo estimado. Quando se vai fazer um trabalho desse porte, é em cima de um orçamento, e dizia que eram 321 mil reais. Por que continuaram anunciando um milhão de reais? Por quê? Será que tem a ver com a eleição do ano que vem? Será que tem a ver? Quero deixar essa pergunta, porque é uma coisa muito, muito estranha. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Vereador. Retornamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE.

 

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Guilherme Barbosa, eu gostaria depois de olhar o documento que V. Exª tem em mãos; não me compete responder pela liderança do Governo, mas eu gostaria de responder para V. Exª com toda tranqüilidade, porque confio nos homens que dirigem esta Cidade.

Exatamente o que me faz falar hoje é sobre o que acontece em nosso País, especialmente no Congresso Nacional. Há 60 anos, o Deputado Federal Barreto Pinto foi flagrado em uma foto com casaca completa: gravata; chapéu especial que se usa em casaca, não sei como se chama. Dizem que foi dito para ele que apenas apareceria na foto a parte de cima, mas ele estava sem as calças, estava só de cuecas. Sessenta anos, e ele foi atingido pela Comissão de Ética da Câmara Federal e foi cassado! Ele estava na casa dele. Ele estava com direito até de fazer aquela fotografia; não estava agredindo ninguém.

Eu sou homem otimista, sempre digo que amanhã vai ser melhor do que hoje, mas eu estou começando a duvidar de mim mesmo. Nós temos um Congresso Nacional que tem 513 Deputados e 81 Senadores. Eu sempre disse que o político deveria assumir a função política para servir, não para ser servido. E eu não consigo entender que alguém, na função pública - seja Executivo ou Legislativo -, enriqueça! Não consigo, porque o salário não permite, as despesas do legislador são muito grandes, não dá para acumular riquezas.

Eu, no ano passado, antes das eleições, tive até alguma satisfação, quando o próprio Presidente Lula anunciou a necessidade de uma Constituinte, e composta de pessoas de mais alto nível, eleitas por um ano, e que não seriam reeleitas para modificar tudo que aí está, para que nós tivéssemos uma Constituição à altura das necessidades do povo brasileiro. Nós não precisamos de 513 Deputados; 200 bastariam! Nós não precisamos de 81 Senadores; 40 bastariam! Os Estados Unidos têm um milhão de quilômetros quadrados a mais que o Brasil, têm 100 milhões de habitantes a mais que o Brasil, têm 23 Estados a mais que o Brasil e têm 435 Deputados! Agora, a quantidade de dinheiro que eles têm mais do que nós, isso eu não sei dizer o quanto é. Sei que é muito, mas quanto é, não sei. A renda per capita deles não é nada parecida com a nossa. Eu não consigo entender um Congresso Nacional, uma Câmara Federal, onde um Deputado como Roberto Jefferson faz as acusações que fez, instalam uma CPI do “mensalão”, e, no anonimato do voto secreto, quase todos são absolvidos, apesar de terem declarado que receberam dinheiro.

Eu não consigo entender que o Presidente do Senado Nacional, Senador Renan Calheiros, já tenha o seu processo pronto para ser arquivado. Se há 30 anos ele entrou na política e tinha um fusca 1978 e hoje ele tem um patrimônio imenso, de onde saiu esse patrimônio? Como é que o Sr. Orestes Quércia, que era Prefeito de Campinas e tinha um automóvel e uma moto, de repente tem uma fortuna imensa? Onde os sarneys da vida buscaram suas fortunas e espalharam seus prestígios políticos? Os “jaders barbalhos”? Os lupiões, no Paraná? Os “sanguessugas”? Os da “navalha”? Os do xeque-mate? E essa operação da Gautama, que não querem fazer CPI, porque pode pegar muita gente e não deve?

O Judiciário brasileiro está comprometido. É vergonhoso para nós que aquelas pessoas em quem nós devíamos confiar cegamente - os Juízes - estão sendo corrompidas! A Polícia Federal, com todo o prestígio que tem, tem corrupção no meio. Pelo amor de Deus! Nós precisamos de uma nova Constituição, de uma nova composição no Congresso, com muito menos gente, com muito menos Vereadores neste País, com muito menos Municípios neste País. Nós tínhamos, há vinte e poucos anos, no Rio Grande do Sul, 233 Municípios, agora temos 496. O que é que trouxeram de renda para o Estado? Nada. Mas trouxeram despesas: delegacias, juizados, hospitais, câmaras municipais, prefeitos, secretários. Lucro para o Estado? Nenhum. Portanto nós precisamos mudar muito este País, nós precisamos mudar tudo neste País, porque não é possível se admitir que já queiram arquivar o processo do Senador Renan Calheiros. É muito triste ouvir isso, e já praticamente escolhido o Senador Sibá. Eu sou daqueles que gostam de assistir ao Canal 17, porque eu pretendo, sempre, aprender com aqueles Senadores, que sabem muito, mas com o Senador Sibá, eu acho que eu não aprenderia muito.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, eu quero cumprimentá-lo e concordar com o seu discurso e cumprimentar pela postura que o senhor está tendo. Eu não me lembro, mas não sei se V. Exª esqueceu, mas se esqueceu, eu vou colaborar para registrar que o chefe dessa quadrilha toda é o Sr. Paulo Maluf. Não sei se V. Exª lembrou dele. O Sr. Paulo Maluf é chefe dessa quadrilha toda.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Também o Paulo Maluf, não estou... E tem outro Deputado do meu Partido que confessou receber 7 milhões e 400 mil reais e foi absolvido no voto secreto. Mas pelo amor de Deus! A população não sabe escolher mais quem vai representá-la? Nós tivemos políticos como o Loureiro da Silva, o Perachi Barcellos e como o Meneghetti. Perachi e Meneghetti foram Governadores e saíram sem nada a não ser com os seus salários, e Meneghetti teve necessidade até de que se criasse a pensão de Governador para poder sobreviver. Nós tivemos José Montauri, um Prefeito de Porto Alegre durante 27 anos, e morreu quase na miséria, morreu na dependência do Sr. Godoy Ilha. Foi morar com a família Godoy Ilha porque não tinha como fazer, e, quando faleceu, a Prefeitura, já era Prefeito o Loureiro da Silva, teve que fazer o seu enterro, porque ele não tinha nada. Pelo amor de Deus! Político tem que ser aquele que serve, não aquele que é servido. O verbo é servir, não é se servir. Pelo amor de Deus!

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, eu quero parabenizar V. Exª, um homem estudioso, um homem que sabe como poucos o problema e a situação deste País. E V. Exª sabe, Vereador, que, infelizmente, essa podridão que anda acontecendo neste País, nós todos pagamos com essa barbárie que anda acontecendo. Sou grato a V. Exª

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas pagam mais aqueles que têm menos, aqueles que passam fome, e o que é pior ainda, não têm saúde, não têm nenhuma assistência. Eu até ouvi falar que a Ordem dos Advogados do Brasil proporia uma nova Constituinte por um ano, para fazer uma nova Constituição e não leis como o Ver. Ervino reclamava. As leis protegem os criminosos; não protegem as pessoas sérias. As leis são malfeitas porque eles não têm tempo de cuidar, de fazer lei bem feita, clara, precisa e concisa; eles estão cuidando sempre de servir-se, servir-se e servir-se! Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0015/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/07, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Músico e Compositor Jean Paul Tyba (MC Jean Paul).

 

PROC. Nº 2610/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/07, de autoria dos Vereadores Newton Braga Rosa e Ervino Besson, que altera o § 2º do art. 3º da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, excluindo a condição de tributação pelo Imposto Territorial Rural – ITR -, para que o imóvel não seja abrangido pelo Imposto sobre a  Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU.

 

PROC. Nº 2648/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 083/07, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que denomina Auditório Vereador Isaac Ainhorn o auditório do Teatro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre – OSPA -, a ser edificado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 2719/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 085/07, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que denomina Rua 22 de Julho o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua Vinte e Dois de Julho - Vila Embratel -, localizado no bairro Cascata. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2953/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro Internacional de Voleibol Carlos Alberto Cimino.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1800/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, no Município de Porto Alegre, o Acampamento Farroupilha, a ser realizado anualmente, no mês de setembro, determina à organização do Acampamento Farroupilha a edição anual de seu regulamento e às entidades participantes a apresentação de projeto cultural a ser implementado no período de sua realização, determina premiação para os melhores projetos culturais apresentados e dá outras providências.

 

5ª SESSÃO

PROC. Nº 1763/07 - PROJETO RESOLUÇÃO Nº 041/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o § 2º do art. 170 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, que aprova o Regimento da Câmara Municipal Porto Alegre, concedendo à Comissão, na impossibilidade de manifestar-se quanto à emenda durante a suspensão dos trabalhos, prazo para a emissão de parecer e excluindo a possibilidade da dispensa de envio das emendas para apreciação por essa Comissão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, no dia de hoje temos, em primeiro dia de Pauta, um Projeto de Resolução para conceder o Prêmio Lupicínio Rodrigues ao músico e compositor Jean Paul Tyba, MC Jean Paul, de autoria do Ver. Dr. Goulart.

Gostaria de lembrar que precisamos mudar o nome da Vila Lupicínio Rodrigues, pois, quando é lembrada é para falar de coisas horrorosas que não honram a memória desta figura, e, na Ilhota, temos o Centro de Cultura, que é Lupicínio Rodrigues e temos a Praça Lupicínio Rodrigues, portanto, vamos apresentar um Projeto para mudar esse nome desta vila que foi construída ilegalmente, até porque a Lei Orgânica, no seu art. 1º, das Disposições Transitórias, diz que era necessário que, em 31 de janeiro de 1989, a área não fosse urbanizada. Em 31 de janeiro de 1989, a Ilhota era completamente urbanizada.

Os Vereadores Newton Braga Rosa e Ervino Besson estão apresentando um Projeto de Lei em razão do ITR e do IPTU e das confusões causadas. Se esta Câmara tivesse respeitado a Lei Orgânica, que diz que no caso do Plano Diretor, precisa ser definida a Zona Rural, nós não teríamos o problema para o qual agora os dois diligentes Vereadores procuram uma solução. Mas a Câmara, por um voto – um voto! –, resolveu que nós não teríamos mais área rural e sim área rururbana, o que foi um erro crasso. E, desde 2000, eu tento votar um Projeto com pareceres favoráveis para retorno da área urbana e não consigo ver a matéria votada aqui nesta Casa.

E quando eu falei que nós devíamos diminuir o número de Vereadores em todo o País, quando nós tínhamos 21 Vereadores nesta Casa nós votávamos os Projetos todos no mesmo ano, não passavam de um ano para o outro. Agora, na Ordem do Dia, há Projetos de 1992; há dezenas de Projetos de 2003, 2004, 2005 e 2006, e nós continuamos apresentando projetos de lei.

Há aqui um Projeto de Lei do Ver. Dr. Goulart que homenageia o Ver. Isaac Ainhorn, dando ao auditório do Teatro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, a ser edificado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o nome do Ver. Isaac Ainhorn. Este Projeto, com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitou, será considerado aprovado, salvo Requerimento de um sexto dos Vereadores da Câmara.

Bem, o Teatro da OSPA não é obra pública e não cabe a nós darmos o nome a uma dependência do Teatro e, em segundo lugar, não sendo um logradouro público, ele teria que tramitar por todas as Comissões. Portanto, eu acho que houve um equívoco que deve ser consertado, porque não devemos macular a memória do Ver. Isaac Ainhorn. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

 A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Verª Neuza Canabarro, neste momento presidindo a nossa Sessão; nobres Vereadoras, nobres Vereadores, quero, inicialmente, convidar todos para um ato público que a Juventude Democrata estará realizando no Parque da Redenção, recolhendo assinaturas para que eliminemos, de uma vez por todas, o nosso famigerado CPMF.

Veja, Ver. Dr. Goulart, muito afeito aos problemas da Saúde, da saúde daqueles que mais precisam, nós temos um rombo na Saúde Pública do Brasil de 2 bilhões e 900 milhões de reais. A CPMF, instituída para que pudéssemos resolver o problema da saúde da população pobre deste País, arrecada 32 bilhões; 17 bilhões se perdem não sei onde, mas se perdem pelo caminho. Citarei o caso daqueles indiozinhos lá do Mato Grosso do Sul: em sua aldeia chegavam apenas 5% dos recursos para matar a fome daqueles índios, e 95% ficavam à deriva. Aquela churrascaria de cento e tantos mil reais... Talvez fosse isso que estava matando os índios que não estavam acostumados a comer churrasco... Então, nós estamos nesse movimento do “Xô CPMF”, porque ele não veio para cumprir com a sua finalidade. Nós estamos aqui arrecadando impostos, arrecadando impostos, arrecadando impostos para, de repente, jogarmos os recursos para a família de Lamarca, que já ganha como Coronel, ferindo a hierarquia militar para ganhar como General: 12 mil reais por mês, mais 300 mil retroativos! E, vejam os senhores - só no Brasil – esses apaniguados, esses beneficiados, entre os quais se inclui S. Exª o Presidente da República, não descontam Imposto de Renda! Já está em torno de 3 bilhões... o Imposto de Renda em torno de 25%... Vamos fazer a conta: 28 milhões por mês! Vamos fazer a conta só do Imposto de Renda! Quanto na Saúde poderíamos dar para este povo brasileiro?! Quantas casas, gerando auto-estima, poderíamos dar a este povo brasileiro?! Agora não, temos neste País uma casta de privilegiados que são os únicos que não precisam pagar Imposto de Renda! É lamentável! Nós trabalhamos, e há aqui, ainda, esta nota que recebemos dizendo que cada brasileiro, esse que trabalha como nós - trabalhamos sete dias para pagar o nosso CPMF... Mas aquele que mais trabalha é aquele que mais paga! Leva dez, onze, doze dias para pagar! Mas para pagar para quem?! Para a Saúde é que não é! É para pagar para Lamarca?! Um desertor! Um assassino! Pessoas assim estão formando a elite deste País! Pessoas assim estão formando a elite deste País - isentas de Imposto de Renda! Isentas de tudo, apenas em troca de ter fugido das suas obrigações, de ter matado, covardemente amassado o crânio de um brigadiano, para merecer um tratamento especial, diferenciado, para coletar os impostos que este povo brasileiro paga, que o aposentado pagou a vida toda, o qual cada vez recebe menos.

Gente, será que é esta República que nós queremos?! O tempo do militarismo já foi! Foi há mais de vinte anos! Nobre Verª Neuza Canabarro, nós estamos preocupados com o Brasil de hoje para que não voltemos àquilo que aconteceu no passado - que os militares não querem, que eu não quero, e aqui ninguém quer! Mas nós temos de ser responsáveis por um democracia justa e igualitária que proporcione auto-estima a todos, que todos possam trabalhar! Gosto muito desse trabalho do seu Partido, a Educação faz a diferença, aproxima as diferenças ou as desfaz, mas ela também educa que os direitos são iguais para todos.

Segunda-feira, falaremos de Lamarca, teremos mais tempo para falar. Muito obrigado, Srª Presidenta, muito obrigado a todos pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Muito obrigada, Ver. José Ismael Heinen.

O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Senhoras e senhores, gostaria de fazer uma discussão preliminar a respeito de dois assuntos da nossa Pauta. O primeiro é um Projeto de minha autoria em que está sendo proposto conceder o Título de Cidadão Honorífico ao atual Reitor da Pontifícia Universidade Católica. Em 53 anos de história, a PUC teve apenas três Reitores: o Irmão José Otão; o Irmão Norberto Rauch; e, atualmente, o Irmão Joaquim Clotet. O Irmão Joaquim Clotet esteve na Vice-Reitoria da PUC por quase 10 anos, período no qual teve participação decisiva em alguns projetos relevantes daquela Instituição. Eu vou citar apenas dois - ambos relacionados com a minha atividade: o primeiro é o Museu da Descoberta, o Museu de Tecnologia da PUC. Esse é o Museu mais visitado do Estado do Rio Grande do Sul, dentro de uma linha moderna, em que o museu não é meramente contemplativo. As pessoas participam das experiências de Química, Física, e daí a razão do sucesso daquele Museu. A segunda iniciativa feita no âmbito da administração da qual participou o Irmão Clotet foi o Tecnopuc, sobre o qual já foi falado várias vezes aqui nesta tribuna. É o Parque Tecnológico Empresarial considerado o mais avançado da América Latina, que, em apenas três anos de existência, gerou 2.500 empregos e colocou o Estado do Rio Grande do Sul no cenário internacional do desenvolvimento tecnológico na área da Informática.

O segundo assunto diz respeito a tributos. Esta Casa aprovou, no final de 2006, a Lei n.º 556, que concede a não-incidência de IPTU para propriedades rurais. Ali estabeleceu, como condição para gozo do benefício, três condições. A primeira: o imóvel rural deve estar localizado na 3.ª Divisão Fiscal de Porto Alegre, que é a Zona Sul e arredores. A segunda condição é que o imóvel seja comprovadamente utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial. E a terceira condição estabelecida pela Lei n.º 556 é que o imóvel esteja sendo tributado pelo Imposto Territorial Rural. O que ocorre? O Imposto Territorial Rural, o ITR, é um cadastro controlado pela Delegacia da Receita Federal. E a Delegacia da Receita Federal se baseia numa lei federal, a Lei nº 9.393, de 1996, que determina que o imóvel é rural quando localizado na área rural do Município. Acontece que o Plano Diretor de 1999 da cidade de Porto Alegre definiu a cidade inteira como urbana, sem área rural. E aí a Delegacia da Receita Federal disse que lamenta, pois nada tem a fazer com relação a Porto Alegre, já que não possui área rural. O Projeto em questão procura resolver um ponto único, que é tirar a terceira exigência, de modo que os proprietários rurais da cidade de Porto Alegre possam, efetivamente, gozar do benefício de isenção de IPTU prevista naquela Lei.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Concedo-lhe um aparte, Ver. Ervino Besson, V. Exª é relacionado a essa área e poderá dar a sua contribuição a esse debate.

 

O Sr. Ervino Besson: Meu caro colega, Ver. Newton Braga, eu quero parabenizar V. Exª pelo seu pronunciamento e dizer que assinei, juntamente com V. Exª, este Projeto para ver se nós conseguimos resolver esse impasse que a própria Câmara Municipal criou para os nossos produtores. E V. Exª, um homem muito bom, muito interessado, Professor universitário, sabe muito bem o que isso representa não só para a economia da nossa Porto Alegre, mas do nosso Estado. Porto Alegre é a segunda capital no nosso País que tem um “cinturão verde” altamente produtivo. Queira Deus, Vereador, que, com esse Projeto, nós consigamos, aqui, abrir essa discussão, juntamente com os demais colegas Vereadores e Vereadoras e com os órgãos competentes, para que consigamos resolver esse impasse que infelizmente a Câmara criou, fazerndo a nossa parte, porque essa economia da área produtiva não podemos, nem em sonho, pensar em perdê-la, e temos que estar juntos para resolver esse impasse. Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Embora eu tenha um pouco de formação na área financeira, eu tenho que admitir que nesta Casa tem dois Vereadores muito mais próximos à área dos produtores rurais. Um deles é o Ver. Ervino Besson; o outro é o Ver. Comassetto, que deu mostras de competência e manifestações inteligentes a respeito dos problemas do novo Plano Diretor e de que forma aquele plano deveria contemplar essa área. Ver. Comassetto, muito obrigado pelas contribuições que V. Exª já nos deu. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro, quero também comentar o Projeto do Dr. Goulart que pretende dar o nome do Ver. Isaac Ainhorn a uma sala da futura sede da OSPA, se essa vier a ser construída aqui ao lado da Câmara. O Ver. Dib já fez comentários sobre esse Projeto e colocou um aspecto de que eu não tinha me dado conta: de fato, não cabe à Câmara de Vereadores estabelecer um nome, a partir de uma lei, porque seria impositivo num prédio particular, já que a OSPA é uma fundação. De qualquer maneira, se mantido pelo Dr. Goulart, o Projeto serviria como uma sugestão, como uma referência.

Eu quero fazer outro comentário, sem negar, de forma nenhuma, a importância do Ver. Isaac, acho que ele teve quatro ou cinco mandatos de Vereador na Cidade, portanto, aprovado e novamente aprovado e renovada a sua eleição. Foi Presidente da nossa Câmara, Secretário de Planejamento recentemente, portanto, uma figura importante na Cidade. Mas acho que não havia uma relação - repito, sem fazer uma avaliação negativa do trabalho do Vereador – das atividades do Ver. Isaac com a área Cultural, para que nós pudéssemos dar esse nome. Levanto aqui apenas esse aspecto, considerando-o um Vereador muito importante na Cidade, com vários mandatos.

Gostaria de fazer outro comentário, também, sobre o Projeto de iniciativa dos Vers. Newton Braga Rosa e Ervino Besson, há pouco comentado por um dos autores, o Ver. Newton, com relação à isenção do IPTU para os produtores primários da periferia de Porto Alegre. Essa discussão foi feita de uma forma muito esquentada, quando nós estávamos aqui elaborando o atual Plano Diretor, nos anos de 1997, 1998, e que foi aprovado em 1999. E essa grande discussão era se permanecia a divisão, na Cidade, entre área urbana e área rural, ou se desapareceria do nosso Plano Diretor a definição de área rural, embora o próprio Plano – e foi isso o que ficou, pela diferença de apenas um voto, na Comissão – estabeleça uma série de critérios, mantendo a produção primária no Município de Porto Alegre, definindo as regiões da Cidade onde a produção primária estaria incentivada, inclusive, a permanecer. E depois, na seqüência, ainda na última Administração Popular, e agora, com essa lei de 2006, determinou-se que, na medida em que haja produção em cada terreno, há redução do IPTU de tal forma que pode chegar, inclusive a zero se houver a produção máxima considerada naquela região.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Barbosa, eu tenho plena convicção de que aquela alteração foi feita apenas para cobrar IPTU, ainda que com uma alíquota baixa, e com isso deixar de pagar ITR. Agora não pode pagar nem ITR, nem IPTU porque as coisas estão complicadas.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: As coisas estão complicadas porque os órgãos não se entendem. Eu estava na reunião em que isso foi debatido, e a intenção daquela modificação, que foi uma proposta da nossa última Administração, é porque a Prefeitura tinha a responsabilidade de atuar com o recolhimento de lixo, a pavimentação, a iluminação pública e assim por diante em toda a área do Município, mesmo que fosse chamada de área rural. E rigorosamente não poderia fazê-lo, pela lei, porque isso deveria ser feito pelo INCRA, mas jamais o INCRA poderia fazer esse trabalho numa região como a nossa Capital, não teria condições, então, retirou-se o título. E ficou mostrado que o interesse não era cobrar IPTU, porque, logo em seguida, foi mandada uma lei aprimorada para 2006. Agora, o problema é que, de fato, os órgãos não se entendem, nem os municipais, nem os federais. Nós vimos aqui o INCRA e a Receita Federal, que estavam aqui na mesa, na reunião, e eles também não se entendiam sobre qual o enquadramento.

Então, acho que é bem-vindo o Projeto de Lei, porque isso fica esclarecido: quem produzir bastante não paga IPTU e é isso que nós queremos. Mais produção vai gerar ICMS para a Cidade e o produtor não paga IPTU! Fica resolvido.

Por último, aproveitando os segundos que me restam, porque está amarrado com essa discussão que fazemos da produção primária, há uma notícia hoje, Verª Neuza, que tirei do site ClicRBS neste momento, em que a ONU diz que a fome matou uma criança a cada cinco segundos em 2006. E diz o responsável por esse documento que é lamentável, porque o mundo hoje produz alimento para alimentar 12 bilhões de pessoas, o que é o dobro da população mundial hoje – documento da ONU. Portanto, é outro mundo que nós queremos construir e Porto Alegre pode contribuir com isso com a produção primária na nossa região periférica. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Guilherme Barbosa.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores e Vereadoras, eu ouvia atentamente o Ver. João Antonio Dib quando ele falava sobre o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, apresentado no Projeto do Ver. Dr. Goulart, fazendo uma referência coerente às suas posturas quanto à habitação popular em Porto Alegre. Essa postura do meu colega Ver. João Antonio Dib é uma postura discriminatória, primeiro, por dizer que a Vila Lupicínio Rodrigues nunca deveria estar instalada ali onde está; segundo, que deveríamos trocar o nome da Vila, porque ela não merecia o nome desse nosso grande artista, compositor, que nasceu naquela comunidade. Eu creio que o discurso do meu querido colega Ver. João Antonio Dib está equivocado.

O que nós temos que trabalhar, sim, é para resolver os conflitos sociais instalados ali hoje, seja o problema das crianças ali abandonadas, seja referente ao tráfico que domina aquela comunidade. E esse é um trabalho da Secretaria Municipal da Segurança Urbana, cujo Secretário é o Sr. Kevin Krieger, do Partido do meu querido companheiro Ver. João Antonio Dib.

Então, nós temos que inverter o discurso, e não acabar com a Vila Lupicínio Rodrigues, fazer com que as políticas públicas se implantem bem – essa é a discussão que temos que fazer. Mas continuo dizendo que o discurso do Ver. João Antonio Dib é coerente, porque, desde o início, ele foi contra a instalação daquela comunidade ali, como também da Vila Planetário.

O segundo ponto que quero comentar aqui hoje é a respeito do Projeto de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, e quero fazer uma referência positiva em relação à preocupação do Ver. Newton. Na semana passada, nós fizemos uma audiência na nossa Comissão – Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos –, em conjunto com a CEFOR e CUTHAB, para analisar o problema que os agricultores estão sofrendo hoje. Porque na legislação que nós votamos aqui no dia 23 de dezembro, a Lei nº 556, que reorganizou a questão do IPTU, no momento em que o Município propôs a revogação da Lei nº 482 - que trazia a isenção a todos os produtores primários, e remetia que, a partir de agora, eles precisavam a guia da Receita Federal relacionada ao ITR -, nós viemos a esta tribuna dizer que esse Projeto estava equivocado nesses moldes. O que fez o nosso Secretário Municipal da Fazenda, o Sr. Tatsch, juntamente com o Sr. Breda, que aqui estavam? Eles nos garantiram que isso já estava negociado com a Receita Federal e que nós poderíamos, inclusive, votar. Isto está registrado nas notas taquigráficas. Demos acordo naquele momento, confiando na palavra do Sr. Secretário. A Lei foi aprovada e promulgada, e o que aconteceu hoje? Os produtores foram à Receita Federal, e a Receita Federal, corretamente, disse: “Não, não podem se cadastrar aqui na Receita Federal, porque todo o território de Porto Alegre é urbano, conforme o nosso Plano Diretor”. E, dentro do espaço urbano - está aqui no art. 32 do Plano Diretor, no seu item 10, definindo as áreas de produção primária -, as áreas de produção primária estão conceitualmente definidas no nosso Plano Diretor, e a incumbência de cobrar o tributo é do Município.

Portanto, a proposta que traz aqui o Ver. Newton, de nós fazermos essa correção, foi o tema que lá debatemos; inclusive, acordamos lá, em público, em aproveitar o potencial construído pelo Ver. Newton e pelo Ver. Ervino, mas o Município se responsabilizou - quero registrar aqui – de, em 15 dias, mandar para esta Casa a retificação do Projeto.

Eu aproveito esta discussão, positivamente provocada pelos dois Vereadores autores, para dizer que está na hora de nós recebermos a proposta já elaborada pela Secretaria Municipal da Fazenda, aproveitando esses subsídios e aproveitando o debate que lá fizemos nas três Comissões Conjuntas, ou seja, a CEDECONDH, a CUTHAB e a CEFOR, desta Casa.

Portanto, Verª Neuza, quero registrar aqui que, quando votamos a Lei nº 556, que foi a Lei que reestruturou o IPTU, nós viemos a esta tribuna e anunciamos os possíveis conflitos, e o Secretário Tatsch nos assegurou o contrário. E o que afirmávamos está acontecendo, exatamente conforme dizem as nossas notas taquigráficas de dezembro de 2006. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. DR. GOULART: Quero dizer para V. Exª, Presidenta, que, em face do apresentado pelo Ver. João Antonio Dib e pelo Ver. Guilherme Barbosa, eu estou estudando essa denominação de Ver. Isaac Ainhorn para o Auditório da Ospa. E, ao mesmo tempo, quero lembrar a todos os Vereadores que amanhã, no dia 15, o Ver. Isaac completaria 61 anos de idade. Mas estou estudando essa preocupação colocada. Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro - na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara; senhoras e senhores, venho a esta tribuna, no dia de hoje, no período de Pauta, fazer algumas considerações a respeito de três Projetos que considero oportunos e importantes.

O primeiro deles: após a intervenção do Ver. Dr. Goulart, autor do Projeto de Lei que tem por objetivo conceder o nome do Ver. Isaac Ainhorn ao Teatro da OSPA, e apontadas as questões que dizem respeito a esse prédio a ser construído, realmente nós devemos ver da legitimidade desse procedimento, saber se é possível fazer esse tipo de encaminhamento, mas sempre lembrando aqui que o nosso saudoso companheiro Isaac Ainhorn teve a sua trajetória, a sua participação, no conjunto da Cidade, de maneira importante, cumprindo aqui cinco ou seis mandatos de Vereador, tendo sido Presidente da Casa, da nossa Bancada, a do meu Partido, o PDT, tendo liderado a nossa Bancada por algumas oportunidades, tendo sido Secretário de Planejamento, e que entendemos oportuno reverenciar o nome dessa figura pública, que, conforme o nosso Ver. Goulart bem mencionou, amanhã estaria completando 61 anos. Fica este registro com relação ao companheiro Isaac Ainhorn.

Com relação ao Projeto de Lei dos Vers. Newton Braga Rosa e Ervino Besson, que foi amplamente debatido pelo Vereador João Dib, pelo próprio autor, Newton Braga Rosa e pelo Vereador que me antecedeu, Carlos Comassetto, eu também queria me somar a esta iniciativa, Ver. Newton e Ver. Ervino. Acho oportuno e importante sanarmos uma lacuna da legislação, uma vez que nós temos conhecimento de que muitas situações dos proprietários do “Cinturão Verde” da Cidade, assim chamada e conhecida principalmente a área dos plantadores de pêssego na nossa Cidade, acabaram na Justiça, muitas delas com ganho de causa para os moradores. Então, é importante que nós possamos oferecer subsídios através das ferramentas legislativas que nós temos aqui, Ver. Newton, Ver. Ervino, procurando colaborar no sentido de sanar algum vício, algum equívoco, algum encaminhamento que possa estar gerando, inclusive, um número expressivo de ações na Justiça, por uma legislação que, às vezes, não foi, na sua construção, bem elaborada - talvez não seja esse o termo -, mas que vem ocasionando uma série de litígios na Justiça. Temos a certeza de que a iniciativa é meritória, merece o nosso reconhecimento e terá, com certeza, o apoio dos Vereadores da Casa, porque sana uma dificuldade apontada. Na realidade, deve-se diferenciar o mundo real do mundo legislativo; a realidade dos fatos sempre contrapõe qualquer argumento. Então, nós temos que viver no mundo real. Às vezes, a legislação não consegue abranger essas situações, e, pela legislação, nós podemos estar corrigindo algum equívoco que possa ter sido construído anteriormente.

Também quero fazer menção ao Projeto de Lei do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, no Município de Porto Alegre, o Acampamento Farroupilha e procura regulamentar as entidades participantes, determinando a apresentação do projeto cultural a ser implementado no período da sua realização e determinar premiação, entre outras providências. Eu quero dizer que é oportuno e importante, Ver. Bernardino, que nós possamos caracterizar ao máximo o Acampamento Farroupilha como um evento tradicionalista, que nos reporte às origens do tradicionalismo; que as pessoas que ali porventura levem as suas famílias possam se encontrar em um ambiente tradicionalista. Se este é o objetivo de V. Exª, eu acho que é oportuno e importante. Não sei até que ponto terá algum vício de origem ou não essa proposta, que nós sabemos ser responsabilidade do Executivo, mas entendo que nós ouvirmos funk e termos ali mesas de snooker... Talvez nós tenhamos que pontuar o que é mais oportuno ser divulgado.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio, eu quero lhe agradecer, em primeiro lugar, pela oportunidade, e dizer que nós não temos mais preocupação quanto ao vício de origem, porque nós estamos é trazendo um regramento para o Parque. Hoje estão nos visitando aqui o Sander e o Camargo, que são do Piquete dos Beiçudos, e também o Chicão, que é da 1ª Região Tradicionalista, que trabalha com o nosso colega Sebenelo. Eles sabem e nós sabemos o quanto é necessário fazer um regramento para o Acampamento Farroupilha. Nós não podemos permanecer do que jeito que está. Obrigado pelo apoio, Vereador.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Quero dizer que concordo com a sua argumentação e a sua iniciativa. Eu também sou tradicionalista. Casualmente, participamos do mesmo DTG, eu e o ver. Bernardino Vendruscolo, o DTG Mala de Garupa. Quero dizer que, realmente, o tradicionalismo, a cultura gaúcha deve estar sempre reverenciada, e tenho certeza de que um dos principais momentos, uma das principais datas em que nós temos a oportunidade de trazer a público as tradições gaúchas envolve a Semana Farroupilha aqui na nossa Capital. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Está encerrada a discussão preliminar de Pauta.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Exma Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público em geral que nos assiste, gostaria de fazer um agradecimento especial ao nosso querido Ver. Brasinha, que não está fazendo uso do tempo que seria dele. Está ruim da garganta: gritou muito pelo nosso Grêmio lá, ontem, não é, Brasinha? Mas quarta-feira tem o segundo tempo, não é?

Venho a esta tribuna hoje em tempo de Liderança e gostaria de começar fazendo uma pergunta, já que perguntar não ofende. Gostaria de fazer uma pergunta ao nobre Ver. Adeli Sell. Deve estar completando um mês, mais ou menos, Ver. Adeli Sell, que eu pedi que V. Exª me encaminhasse o nome dos CCs que estavam recebendo hora extra, para nós irmos juntos, lá, conversar com o Prefeito José Fogaça.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)

 

O SR. NILO SANTOS: Já que passou um mês, e não chegou a relação para mim, daqui a um pouquinho eu vou ficar achando que esses nomes não existem. Também nesta tribuna tem sido muito batido sobre o blog do Prefeito Fogaça, que o site da Prefeitura está transformado num blog, fotoblog... Uma maravilha, é um monte de coisas.

Ver. Marcelo Danéris, meu colega na CCJ, Vereador muito atuante, sempre atento também, eu gostaria de fazer uma colocação aqui: eu fiquei muito espantado - até porque o nosso Partido é aliado do seu Partido -, mas eu achei uma injustiça para com o Prefeito José Fogaça, porque eu me deparei também, num site oficial do Planalto, com algumas fotos do Presidente Lula. Então, para não cometermos injustiça, até gostaria de mostrar umas fotos aqui. (Mostra as fotos.) Há algumas fotos no site oficial do Planalto, também fotos do Presidente Lula, em algumas fotos ele aparece beijando uma menininha - não sei o nome dela -, está beijando outra menina, e também há fotos do Presidente Lula, com a 1ª Dama, nas pirâmides do Egito. Então, foto por foto, zero a zero, vamos deixar assim. Porque é um site oficial: www.info.planalto.gov.br, imagens/fotografia. Se o Prefeito José Fogaça está usando o site da Prefeitura para se promover, nós também temos isso, é um instrumento usado na Presidência da República, então, para não cometer nenhum tipo de injustiça, já que somos aliados lá em cima, eu gostaria de me retratar em nome de Vossa Excelência.

Também estou feliz demais porque a Bancada dos Vereadores do Partido Trabalhista Brasileiro, hoje, participou de um almoço; Bancada comandada pelo Ver. Dr. Goulart, nosso grande Líder. O PTB, senhoras e senhores, a partir de hoje, dá um passo importantíssimo, porque vive dias como se a eleição fosse amanhã. Se os Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras e público em geral, que nos assiste, tinham se espantado com o número de bandeiras do Partido Trabalhista Brasileiro nas esquinas, nos viadutos, nas eleições passadas, preparem-se, porque o PTB vem para uma campanha, no ano que vem, com força máxima.

Eu gostaria de registrar, neste espaço de Liderança, em nome de todos os meus colegas de Bancada - Ver. Alceu Brasinha, Ver. Elói Guimarães; nosso grande Líder, Dr. Goulart; e Verª Maria Luiza -, que a nossa militância simplesmente dobrou. Nós estamos nos preparando, estamos, sim, a partir de hoje, mobilizados para a próxima eleição, conscientizando as pessoas a votarem conscientemente, votarem no melhor para a Cidade. O PTB está mobilizado, está organizado, e isso nos alegra muito, porque a cidade de Porto Alegre verá uma das maiores eleições e uma das maiores manifestações de um Partido político já realizadas até hoje nesta Capital, será a mobilização do Partido Trabalhista Brasileiro. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Nilo Santos.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores e Vereadoras; Ver. Nilo Santos, a Bancada do PT lhe responde, o site oficial do Governo da República não tem fotos do Presidente. Se V. Exª verificar questões pertinentes ao seu gabinete, pode haver fotos do Presidente; é uma diferença sutil, talvez, para as pessoas que nos ouvem, que nos assistem, mas é assim que manda a Lei, e nós cumprimos a Lei.

Agora o que me admira, Ver. Carlos Todeschini, é que havia um Vereador aqui, agora Secretário, Ver. Beto Moesch, que falava do problema da impermeabilidade do asfalto em Porto Alegre. Eu acho que a gente poderia avisar ao nobre Secretário, pena que o pessoal da Bancada do PP não vejo no momento... Mas, sem dúvida nenhuma, o Secretário deve checar o site da Câmara, sabe que aqui há muitas demandas para ele. Ele deveria falar com o Secretário Maurício Dziedricki, afinal de contas, essa discussão, essa interação de uma Secretaria com a outra faria bem; coisa que não existe no Governo Municipal: transversalidade. Nós, professores, Verª Margarete, gostamos e sabemos muito bem o quanto é importante a transversalidade, coisa que não existe neste Governo, porque há Secretários que não falam entre si. Agora, quem tem de responder isso é o Governo Municipal, mas, afinal de contas, Ver. Nilo, falar, perguntar, assim como responder, são civilidades e não são ofensas.

Agora, Ver. Guilherme Barbosa, a insegurança é muito grande na nossa Cidade. Eu visitei o site da Prefeitura, recebi alguns e-mails sobre uma badalação que saiu, inclusive, na mídia local sobre a tal Vizinhança Segura. Eu estou procurando porque lá no Parque da Redenção, segundo vários e-mails que recebi, também falei com algumas pessoas que andam, correm e fazem lazer no Parque, e verifica-se que ali, ao lado do Ramiro Souto, não é só um fumódromo, também é um grande local de fornecimento de drogas, de freqüentes assaltos. Inclusive, um dia, pela manhã, uma pessoa me ligou e disse que tinha acabado ser assaltada ali, porque esse circuito Instituto de Educação/Ramiro Souto é um lugar privilegiado dos assaltantes, e eu estou esperando a tal da Vizinhança Segura nos parques, etc.

Eu sei que a Brigada Militar faz muitas coisas, mas onde está o equipamento necessário? Eu falei hoje com um importante empresário da Cidade e ele disse que eles, os empresários, hoje, fornecem, para uma determinada companhia, basicamente tudo, inclusive gasolina, porque o Governo do Estado não tem dado esse suporte à Brigada Militar.

E é claro que isso se expressa em uma pesquisa. Está aqui: “DataUlbra divulga terceira pesquisa sobre a gestão pública - 13 de junho [ontem]: Governo Yeda é reprovado por 60,5% dos gaúchos”. Está aqui, não é uma pesquisa que nós fizemos na Esquina Democrática, é uma pesquisa de um Instituto de uma Universidade. “Lula, 55% de aprovação; Yeda, 30% de aprovação”. Eu gostaria que se debatessem essas questões, porque, afinal de contas, aqui é a Casa do Povo.

Então, nós já explicamos, e o Ver. Danéris inclusive está explicando ao Ver. Nilo Santos, quais os procedimentos da Legislação Federal nessa questão da transparência e na questão da utilização do espaço público para publicidade. Na verdade, a publicidade tem de ser impessoal, é assim que manda a Lei e é por isso que nós estamos colocando essas questões.

Mas, eu recebi, Ver. Guilherme, V. Exª que é engenheiro, uma notícia, hoje, da SMIC, dizendo que a empresa Verdi, que ganhou a licitação do camelódromo, começou a fazer o seu trabalho. Ora, eu pergunto: como começou a fazer o trabalho se não tem o Estudo de Impacto de Vizinhança? Mas que história é essa? O Estudo de Impacto Ambiental foi apresentado, um estudo que é uma verdadeira piada, em que o Governo gastou 80 mil reais. E, agora, não há Estudo de Impacto de Vizinhança e estão começando a fazer as averiguações para fazer a obra! Mas o que é isso? Nós vamos, sim, voltar ao Ministério Público, com toda documentação que nós já temos, porque nós não podemos aceitar esse negócio. Esta Cidade tem lei, este País tem lei! Que história é essa de começar uma obra sem apresentar para esta Casa - porque aqui somos os fiscais da Prefeitura pagos pelo povo de Porto Alegre - um Estudo de Impacto de Vizinhança? Não tem história! Nós vamos querer saber, Ver. Garcia, o que está acontecendo na Cidade, porque não se obedece a uma Lei importante, que é o Estatuto da Cidade, que diz que tem que ter Estudo de Impacto de Vizinhança. Aqui nós não vamos brincar, esta Casa tem oposição séria, responsável e que vai fiscalizar. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público presente nesta Casa, na data de hoje, venho ocupar espaço de Liderança do PDT para ser porta-voz dos funcionários da TVE, que solicitam que os Vereadores tomem conhecimento da situação em que se encontram. No documento, Ver. Todeschini, eles denunciam uma situação de sucateamento das emissoras e censura no jornalismo. Num dos trechos, alertam (Lê.): “Vimos através deste reenfatizar nossa defesa da instituição como uma Fundação Pública de Direito Privado, rechaçando qualquer proposta de conversão em Organização Social ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Demonstramos preocupação com o atual processo de inviabilização das rotinas de trabalho nas emissoras. Reiteramos nossa intenção de permanecer uma Fundação Pública de Direito Privado, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura. No entanto, insistimos na busca pela autonomia administrativa da Fundação, passando pelo fortalecimento da atuação do Conselho, que precisa ter as suas prerrogativas legais respeitadas pela Diretoria Executiva e pelo Governo. A TVE e a FM Cultura são emissoras públicas a serviço da comunidade gaúcha. O nosso objetivo é garantir que continuem sendo janelas da multiplicidade cultural do Rio Grande do Sul, e isso só é possível se resguardadas as condições técnicas humanas de trabalho. A TVE e a FM Cultura são importantes veículos de informação que podem abordar em seus programas assuntos diferenciados das emissoras privadas cuja programação é baseada nos índices de audiência. A Governadora Yeda Crusius precisa encontrar uma alternativa que preserve a TVE e a rádio FM Cultura, como emissoras públicas, independentes, e restabeleça a valorização dos seus funcionários. Deixamos aqui o nosso pronunciamento, e solicitamos aos Vereadores que fazem parte do Governo do Estado, do Governo da Governadora Yeda Crusius que sejam, então, porta-vozes e que façam pressão para que nós possamos dar respaldo aos funcionários da TVE”.

Gostaria de falar, ao mesmo tempo, em relação ao Projeto que consta na Pauta, de autoria do Dr. Goulart, que denomina Auditório Ver. Isaac Ainhorn, o Auditório do Teatro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Ver. Dr. Goulart, nós, quando elaboramos qualquer projeto, quando temos alguma idéia, passamos à nossa Assessoria a responsabilidade pela pesquisa e viabilidade deste Projeto. E as nossas equipes até podem falhar, mas Ver. Goulart, nesse sentido não pode falhar a Casa; a Procuradoria não pode falhar. Vereador Adeli Sell, que também é uma pessoa que busca o que é legal, o que é correto, nós não podemos, Ver Goulart, deixar ocorrer o que ocorreu aqui: ser divulgado, entrar em Pauta para a discussão, um Projeto que só expõe o nome do Ver. Isaac Ainhorn. Por quê? Quem não entende vai imaginar que não quiseram dar o nome do Vereador à Orquestra Sinfônica, quando nós sabemos, de antemão, que não é possível nós legislarmos no Direito Privado. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre é de direito privado, é uma instituição a qual não nos cabe denominar; isso, no mínimo, expõe o Ver. Isaac Ainhorn. Por outro lado, Ver. Dr. Goulart, nós protocolamos, há mais de mês, um Projeto de Lei denominando uma Praça com o nome do Ver. Isaac Ainhorn, e, em última instância, é uma homenagem que cabe a nós, PDT. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa informa ao Plenário que agora se realizaria a Reunião das Comissões Conjuntas, mas não estando presentes nem o Presidente nem o Vice-Presidente da CCJ, suspendemos os trabalhos para os devidos encaminhamentos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h52min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro – às 17h09min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

 

VOTAÇÃO

 

REQ. Nº 032/07 – (Proc. Nº 1364/07 – Ver. Aldacir Oliboni e outros) – requer sejam convidados os Senhores Pedro Gus, Secretário Municipal da Saúde, Osmar Terra, Secretário Estadual da Saúde, e um representante do Ministério da Saúde, para discutir questões noticiadas na imprensa referentes ao atendimento e gerenciamento do Sistema Único de Saúde em Porto Alegre. (incluído em 26-03-07)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Passamos, imediatamente, ao item n.º 01, Requerimento n.º 032/2007, Proc. n.º 1364/07, do Ver. Aldacir Oliboni e outros, que requer sejam convidados os Srs. Pedro Gus, Secretário Municipal da Saúde; Osmar Terra, Secretário Estadual da Saúde e um representante do Ministério da Saúde para discutir questões noticiadas na imprensa referentes ao atendimento e gerenciamento do Sistema Único de Saúde em Porto Alegre, incluído em 26 de março de 2007. Em votação nominal solicitada pelo Ver. Mário Fraga o Requerimento nº 032/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM e 06 votos NÃO.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, eu havia chamado a atenção, ontem, que o representante do Ministério da Saúde deve ter conhecimento do material que ele deva trazer para que ele possa discutir com os demais. De repente, sem uma informação mais segura, ele pode não responder nada.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Certamente, quando convidarmos o representante do Ministério da Saúde, estaremos passando a pauta da reunião, assim como, também, para os dois Secretários, tanto o Municipal quanto o Estadual, Ver. João Antonio Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2023/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Leonel Brizola – Ética Política ao Deputado Federal Enio Egon Bergmann Bacci.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 14-06-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PR nº 045/07. (Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PR nº 045/07.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, é pena que, neste momento, não esteja aqui o Ver. Nereu D’Avila, porque nós temos um pacto entre os Vereadores de que não fossem homenageadas por esta Casa as pessoas que exercem funções públicas decorrentes de uma decisão eleitoral, pessoas que ocupam cargos na função pública, que dependam de eleições, não seriam homenageadas por esta Casa.

Nós entendemos a natureza do prêmio que propõe o Prêmio Leonel Brizola a pessoas que se destacaram pela sua postura ética. Eu não tenho nenhuma dúvida de que o Secretário Enio Bacci é uma pessoa altamente merecedora de qualquer tipo de homenagem desta ordem, porque, como homem público, como Deputado Federal, como Secretário de Segurança, ele se portou pessoalmente de modo impecável e mereceria, sem dúvida, esse prêmio. Porém, na vigência desse acordo de cavalheiros, nós gostaríamos que esta Casa reexaminasse esse Requerimento, e até poderíamos pedir isso ao Ver. Nereu D’Avila. Então, a minha proposta à presidência da Casa é no sentido de que nós transferíssemos a votação desse Requerimento para uma outra Sessão, para que, primeiro, estivesse presente o Ver. Nereu D’Avila, e, segundo, Srª Presidente - eu já encaminho, em forma de Requerimento -, a possibilidade do exame pela Casa, já que não há nenhuma razão escrita, mas, sim, um acordo da Casa, e uma sugestão de não serem condecorados com qualquer comenda desta Casa aqueles políticos que estejam em atividade. A minha proposta seria que a Casa se pronunciasse a esse respeito, não porque o Dr. Enio Bacci não mereça, mas, principalmente, porque irá abrir um precedente para que outras homenagens passem a ser feitas a pessoas que, para o funcionamento e para o desempenho do cargo que ocupam atualmente, tenham sido decorrentes de um processo eleitoral. Acho que isso é muito correto, é ético, e tenho certeza de que o Ver. Nereu D’Avila irá compreender essa manifestação. Muito obrigado, Srª Presidente, e encaminho, inclusive, como Requerimento. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O senhor faz um Requerimento solicitando o adiamento por uma Sessão? (Pausa.)

Em votação o Requerimento do Ver. Claudio Sebenelo, solicitando o adiamento por uma Sessão da discussão do PR nº 045/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h 21min.)

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